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segunda-feira, 20/10/2025

Aliança de direita no RS, PT com mesmo candidato e incerteza sobre Eduardo Leite em 2026

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Carlos Villela
Porto Alegre, RS (FolhaPress)

Faltando um ano para as eleições de 2026, o cenário político no Rio Grande do Sul mostra uma tentativa de união entre partidos de direita, um repeteco do PT com o mesmo candidato e partidos de centro buscando consolidar forças para a sucessão do governador Eduardo Leite (PSD), que está em destaque nacional mas ainda não definiu seu futuro político.

Eduardo Leite, que não pode se reeleger, saiu do PSDB em maio e foi para o partido de Gilberto Kassab, o PSD. Ele enfrenta competição com o governador do Paraná, Ratinho Junior, e a possibilidade de o PSD não lançar candidato próprio em 2026.

Leite indicou várias vezes que pode desistir da candidatura se não houver apoio político suficiente e pode tentar uma vaga no Senado.

O vice-governador, Gabriel Souza (MDB), é pré-candidato para suceder o governador.

No PSDB, os pré-candidatos são a ex-prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, e o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata.

Apesar da proximidade de Leite com o PSDB, a aliança não é certa. Líderes do PSDB em Porto Alegre disseram que membros do partido estão sendo pressionados a passar para o PSD.

Com a saída de Leite, um grupo de prefeitos do PSDB mudou para o PSD, fazendo o PSDB perder cidades importantes como Caxias do Sul, Santa Maria e Gravataí.

Leite é a aposta de Kassab para fortalecer o PSD no estado. Contudo, a aliança do PSD com PL em São Paulo não se repete no Rio Grande do Sul.

O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL, é parte do bloco de direita que se opõe a Leite. O PL anunciou o deputado federal Luciano Zucco como pré-candidato ao governo e Ubiratan Sanderson para o Senado.

O partido Novo, aliado, indicou Marcel Van Hattem para a outra vaga ao Senado. Ele é um dos investigados por envolvimento no motim na Câmara após condenação do ex-presidente por golpe de Estado.

O nome de Sanderson pode mudar conforme a articulação com outros partidos de direita. Há uma busca de aproximação com o PP, que tem a maior quantidade de prefeituras no estado. O ex-candidato do PL em 2022, Onyx Lorenzoni, agora no PP, mas o PP indicou o deputado Covatti Júnior como pré-candidato. O PP quer governar o estado depois de quase 40 anos.

Na oposição à esquerda, o PT planeja lançar novamente Edegar Pretto, atual presidente da Conab. Em 2022, ele quase chegou ao segundo turno e perdeu por poucos votos para Leite.

O ex-secretário de Comunicação do Planalto, Paulo Pimenta, é cotado para o Senado. Ele foi representante do governo federal durante a tragédia climática de 2024 e criticou a gestão das verbas para reconstrução do RS feita por Leite.

Outra vaga ao Senado está aberta, e há movimento para a ex-deputada Manuela D’Ávila entrar na disputa. Ela deixou o PC do B em 2024 e negocia com PSOL e PSB.

Paulo Paim, que havia anunciado aposentadoria, pode voltar à disputa para o Senado se for convocado pelo partido.

O PT dialoga com o PDT, que aposta na candidatura da deputada Juliana Brizola para governadora.

O PT também buscou um acordo com o grupo de Leite após as eleições de 2024, quando ele apoiou Brizola para a prefeitura de Porto Alegre. No entanto, a boa pesquisa de Juliana Brizola com 21% das intenções de voto reforça a manutenção da candidatura própria.

Na pesquisa Quaest de agosto, Juliana Brizola lidera com 21%, seguida por Luciano Zucco com 20%, Edegar Pretto com 11% e Gabriel Souza com 5%.

Outros 19% estão indecisos e 20% pretendem votar em branco, anular ou não votar.

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