Nesta quinta-feira (26) marca o Dia Nacional do Diabetes, criado pelo Ministério da Saúde em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta data tem como finalidade aumentar a conscientização sobre os fatores de risco, diagnóstico e formas de prevenir o diabetes, uma doença que pode levar a complicações sérias quando não tratada adequadamente.
Gilda de Resende Lopes, 54 anos, residente no Gama, convive com diabetes tipo 2 desde 2003. Desde cerca de uma década, ela faz acompanhamento frequente no ambulatório do Hospital de Base (HBDF), onde recebe atendimento a cada três meses. Atualmente, sua condição está controlada, cenário muito diferente de quando iniciou seu tratamento na unidade. “Cheguei muito debilitada, mas fui muito bem atendida, até a insulina que utilizo é fornecida pela rede pública”, conta Gilda. “Agora, aguardo a consulta com o nutricionista para complementar meu tratamento regular.”
A endocrinologista Alessandra Martins, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), explica que o diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela hiperglicemia, que ocorre devido à falta ou má ação da insulina — hormônio fundamental produzido pelo pâncreas. “O excesso de açúcar no sangue pode causar diversos prejuízos ao organismo”, esclarece a médica.
O aumento da glicose pode acarretar problemas no coração, rins e retina. A condição é causada por múltiplos fatores, tanto genéticos quanto ambientais. “Manter um peso adequado, praticar exercícios regularmente, dormir bem e ter uma alimentação saudável são medidas que ajudam a reduzir os riscos do diabetes”, destaca Alessandra.
Existem cinco tipos de diabetes, com três sendo os mais comuns: tipo 1, quando o corpo não produz insulina; tipo 2, o mais frequente, que resulta da resistência à insulina; e o diabetes gestacional, diagnosticado durante a gravidez, que requer cuidados especiais para a saúde da mãe e do bebê.
O diabetes representa um dos maiores desafios de saúde pública no mundo. Dados de 2020 indicam que aproximadamente 463 milhões de adultos de 20 a 79 anos têm a doença, conforme o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). O Brasil é o quinto país com mais casos, com 16,8 milhões de adultos diagnosticados e expectativa de atingir 21,5 milhões em 2030.
O Hospital de Base atendeu no ano passado 3,5 mil pacientes com diabetes, número que tem crescido, chegando a cerca de 400 atendimentos por mês em abril deste ano.
Os sintomas mais frequentes do diabetes incluem a necessidade de urinar com frequência e sede constante. “A vontade de beber água é contínua, acompanhada por fome excessiva”, explica Alessandra. Outros sinais são perda de peso e infecções persistentes.
Alguns pacientes podem desenvolver o chamado pé diabético, com alterações como úlceras e perda de sensibilidade nos pés, decorrentes da neuropatia periférica, que afeta circulação e nervos, aumentando o risco de infecções.
Prevenir e tratar o pé diabético demanda cuidados rigorosos com a higiene e controle constante dos níveis de glicose para evitar complicações.
O tratamento do diabetes baseia-se principalmente em mudanças no estilo de vida. Além de monitorar a glicemia, é fundamental praticar atividades físicas, manter uma dieta balanceada e aderir ao uso correto dos medicamentos, sejam eles orais ou insulina aplicada por via subcutânea.
As insulinas, que incluem opções de ação prolongada e ultrarrápida, são disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela Farmácia Popular para os pacientes cadastrados.
Informações fornecidas pelo IgesDF.