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quarta-feira, 17/12/2025

Advogados e policial militar presos na operação contra o Faraó dos Bitcoins

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Em Brasília

O grupo alvo da Operação Kryptolaundry, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Procuradoria da República do Distrito Federal, que ficou detido por apenas 24 horas, teve seus membros identificados como:

  • André Albuquerque Feitosa, policial militar do Distrito Federal;
  • Alexandre Sepúlveda Verlage Borges;
  • Bruna Duarte Verlage Borges, esposa de Alexandre;
  • Felipe José Silva Novais, marido de Kamila Novais;
  • Phillipp Chaves Carneiro, advogado;
  • Kamila Martins Novais, advogada;
  • Matheus Rodrigues Pereira Bezerra, advogado.

O grupo chegou a constar na lista vermelha da Interpol e é investigado por participação em um esquema criminoso vinculado a Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, alvo de investigações desde 2021.

A operação foi realizada em 9 de dezembro e cumpriu 24 mandados de busca e apreensão, além da decretação de nove prisões preventivas. De acordo com a Receita Federal, 45 pessoas físicas e jurídicas são investigadas por envolvimento em uma rede ilegal de captação de recursos em criptoativos e lavagem de dinheiro, com predominância de atuação no Distrito Federal.

Bloqueio de bens milionário

A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 685 milhões, além do sequestro de imóveis urbanos, rurais e empreendimentos comerciais. As investigações indicam que o esquema movimentou mais de R$ 2,7 bilhões em cinco anos, lesando aproximadamente 62 mil investidores, atraídos por promessas de rendimentos mensais de 10%.

A ação aconteceu simultaneamente no Distrito Federal, Pará e Espanha, com cooperação internacional.

Núcleo em Brasília

No Núcleo Brasília, foi identificada a liderança de Phillipp Chaves Carneiro, advogado, e Felipe José Silva Novais, marido da advogada Kamila Martins Novais. Estes seriam responsáveis pela estruturação e expansão regional do esquema desde 2017.

As investigações revelam que ambos receberam valores milionários diretamente da cúpula da G.A.S., incluindo mais de R$ 40 milhões para a sociedade Carneiro Novais Advogados Associados, além de mais de R$ 80 milhões pessoalmente para Felipe Novais e sua esposa, Kamila.

A organização criminosa contava ainda com operadores financeiros e sócios administrativos, entre eles Alexandre Sepúlveda Verlage Borges, André Albuquerque Feitosa, terceiro-sargento da Polícia Militar do DF, e Matheus Rodrigues Pereira Bezerra. Segundo o MPF, eles seriam responsáveis pela circulação e ocultação de valores ilícitos via empresas criadas exclusivamente para esse propósito.

As investigações apontam o uso de contas bancárias de familiares, encerramento de empresas logo após movimentações atípicas e a concentração de várias pessoas jurídicas em um mesmo endereço, caracterizando empresas de fachada.

O papel do policial na organização criminosa

De acordo com o Gaeco do MPF, o terceiro-sargento da PMDF André Albuquerque Feitosa não era apenas um colaborador eventual, mas peça fundamental na engrenagem operacional e financeira do núcleo brasiliense vinculado à G.A.S. Consultoria & Tecnologia Ltda.

Ele teria usado sua condição de agente de segurança pública para integrar uma estrutura dedicada à prática de crimes graves contra o sistema financeiro e a ordem econômica, aumentando a gravidade de sua conduta.

As evidências indicam que Feitosa atuava de maneira constante, sendo responsável pela movimentação financeira significativa oriunda da G.A.S. Sua empresa, A.M. Feitosa Consultoria e Intermediação de Negócios Ltda., movimentou mais de R$ 89 milhões, valor incompatível com sua capacidade econômica declarada.

Além disso, teria utilizado contas bancárias de seus pais para ocultar e dispersar valores ilícitos, demonstrando uma prática consciente, reiterada e estruturada de lavagem de dinheiro.

As investigações indicam a possível prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e outros crimes financeiros, com risco concreto de continuidade das atividades ilícitas e ocultação de bens. A magnitude das operações, o volume bilionário movimentado e as estruturas de dissimulação de ativos fundamentaram o pedido de prisão preventiva.

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