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sexta-feira, 12/12/2025

Advogada ligada ao Faraó dos Bitcoins fica presa apenas 24 horas na Colmeia

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Entre os alvos da Operação Kryptolaundry, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de terça-feira (9/11), estava a advogada Kamila Martins Novais, 34 anos. Ela foi presa e levada ao Presídio Feminino do Distrito Federal (PFDF), no Gama, mas permaneceu na cela individual por apenas 24 horas, sendo liberada na quarta-feira (10/12) após expedição rápida de um alvará de soltura.

Embora estivesse monitorada por tornozeleira eletrônica, medida imposta pela Justiça do Rio de Janeiro devido à investigação que começou em 2021, Kamila foi detida. Seu nome apareceu como uma das principais operadores financeiros no esquema do ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”.

A operação, que é uma extensão da Kryptos, deflagrada no Rio em 2021, cumpriu mandados de busca e apreensão e decretou prisões preventivas. A Receita Federal investiga 45 pessoas físicas e jurídicas por integrarem uma rede ilegal de captação de recursos em criptomoedas e lavagem de dinheiro no Distrito Federal.

A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 685 milhões e o sequestro de imóveis e empreendimentos comerciais ligados ao esquema que movimentou mais de R$ 2,7 bilhões em cinco anos, prejudicando 62 mil investidores atraídos por promessas de rendimento de 10% ao mês. A operação ocorreu simultaneamente no Distrito Federal, Pará e Espanha, com apoio internacional.

Em 2021, Kamila e seu marido, Felipe José Silva Novais, 43 anos, foram apontados como figuras centrais do “Núcleo Brasília”, responsável por expandir o esquema do Faraó dos Bitcoins na capital. O Ministério Público Federal denunciou o casal por movimentar R$ 281,7 milhões por meio de duas empresas, incluindo o escritório de advocacia de Kamila.

Durante as buscas, a Polícia Federal encontrou planilhas detalhando carteiras de clientes e registros financeiros, revelando a atuação do casal. Entre 2016 e 2020, eles passaram de movimentações de R$ 217 mil para quase R$ 16,9 milhões, e o patrimônio declarado cresceu de R$ 244 mil para mais de R$ 2,28 milhões. Kamila passou de auxiliar de escritório em 2018, ganhando pouco mais de R$ 3,3 mil, para uma rápida ascensão financeira. Já Felipe, autônomo na venda de grãos, veículos e terrenos, iniciou formalmente sua participação na GAS Consultoria, de Glaidson, em 2018, marcando uma curva nas finanças do casal.

Apesar da libertação rápida, Kamila permanece sob investigação por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, delitos financeiros e falsidade ideológica. Tentativas de contato com a advogada e seus defensores não tiveram sucesso.

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