Mais do que simplesmente levar as crianças para ver uma superprodução norte-americana em animação, Luísa defende que o cinema infantojuvenil tem uma complexidade maior, e entender como os pequenos lidam com esta forma de arte é fundamental para que a mensagem seja completamente entendida. “Na verdade, eu acho que existe uma padronização (nos filmes infantis) em relações a fatores mais amplos, como as questões técnicas. Por exemplo, a duração dos filmes, que internacionalmente pensa mais na consciência do adulto e não é para as crianças. Elas não têm uma capacidade de concentração por mais de uma hora. A gente tinha trabalho no festival de cinema dinamarquês há um tempo, e aprendemos muito com isso, e a questão da duração foi um foco nesta amostra”, argumenta.
Nesse sentido, existiram sessões programadas para crianças em idade pré-escolar (3 a 7 anos); Brincante 1 (indicada a partir dos 3 anos) e Brincante 2 (recomendada a partir dos 5); Programa Cinefilinhos (a partir dos 8 anos ou mais); Sessão Sobre Rodas (a partir dos 10 anos) e Sessão Curtinha, com trilha sonora ao vivo.
Produção nacional
A mostra Brasileirinhos de cinema para crianças não caiu de paraquedas. Montenegro considera importante frisar o quanto o evento ocorre em associação a uma produção nacional de destaque para o público infantojuvenil: “Eu vejo que há uma crescente na produção geral. No caso do Brasil, percebo que existem alguns produtos que merecem destaque por estarem sendo assistidos pelas crianças, mesmo com grande produção internacional como concorrência”.
O cineasta ainda pontua a responsabilidade dos profissionais que trabalham neste gênero, afinal, fazem parte do futuro do público do cinema nacional: “É importante frisar a responsabilidade dos realizadores para fazer um conteúdo de qualidade para as crianças como enorme, porque a gente faz parte da formação desse público que será o futuro do país e do cinema”.
Serviço
Mostra Brasileirinhos de cinema para crianças
CCBB (SCES, Tc. 2). Terça (8/1), a partir das 14h30, até o próximo 27 de janeiro (confira programação completa no site). Dia 8/1 – e as terças e quintas-feiras – as sessões serão gratuitas. Nas sessões de sexta-feira a domingo a entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Classificação indicativa livre. Fonte: Portal Correio Braziliense