PEDRO LOPES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, divulgou sua pré-candidatura à Presidência da República neste sábado (16), em São Paulo, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro e indicando que pretende limitar os possíveis excessos do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Zema oficializou sua candidatura durante o Encontro Nacional do partido Novo, em São Paulo. Como um político de direita, ele busca se destacar nas eleições do próximo ano, especialmente com a impossibilidade da candidatura do ex-presidente Bolsonaro, que enfrentará julgamento por tentativa de golpe de Estado ainda este ano. O evento contou com a presença de nomes importantes do partido, como o deputado federal Marcel Van Hatten (RS), o senador Eduardo Girão (CE) e o ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
Durante o discurso, um militante gritou por “anistia”, mas foi ignorado. Zema evitou abordar o tema e afirmou que pretende “chegar a Brasília para acabar com os abusos e perseguições do Alexandre de Moraes”.
Questionado sobre a possibilidade de retirar a candidatura a pedido de Bolsonaro, ele respondeu que “tudo dependerá das negociações”. “Durante a campanha, ajustes nas candidaturas são comuns. Tudo vai depender das conversas, mas nosso objetivo é seguir como candidato.”
Zema entrou no palco ao som da música “Que país é este?”, da Legião Urbana. Ele destacou sua trajetória, enfatizou resultados de sua gestão em Minas Gerais, criticou o PT e defendeu a reforma do Estado para eliminar privilégios. “Reformar o Estado e acabar com os privilégios é fundamental para o progresso do Brasil”, declarou.
Entre as metas de sua candidatura está “resolver os problemas causados pelo lulismo” no país.
Ele afirmou: “Vamos enfrentar os três grandes desafios do país: o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas.” Zema também defendeu a saída do Brasil do bloco econômico Brics, que inclui países como China e Índia.
Disse ainda que quer “varrer o PT do mapa” e “libertar o Brasil”.
O governador citou conquistas de sua administração em Minas Gerais. Em uma crítica indireta aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, ressaltou que não há nenhuma rua dominada por facções criminosas no estado e que a polícia consegue atuar em qualquer área. Ele destacou que atraiu R$ 500 bilhões em investimentos privados para Minas Gerais e que o Brasil é competitivo “quando o governo não atrapalha”.
O evento foi marcado por críticas ao PT e ao STF. Houve distribuição de adesivos com a frase “fora PT” e imagens do presidente e do ministro Alexandre de Moraes foram exibidas no telão, ambos receberam vaias.
Zema afirmou: “Estamos fazendo um excelente trabalho em segurança pública. Minas é um dos estados mais seguros do Brasil, mesmo sendo vizinho de regiões dominadas por facções criminosas. Com orgulho posso dizer que não existe beco ou rua controlada por criminosos onde nossa polícia não possa entrar.”
Ele concluiu seu discurso: “Vamos chegar a Brasília para eliminar o PT do mapa, acabar com os abusos e perseguições do Alexandre de Moraes e libertar o Brasil! As próximas eleições decidirão nosso futuro, e é hora de enfrentar os três maiores inimigos do país: o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas.”