O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou-se nesta sexta-feira (21/11) sobre a proposta de paz apresentada pelo governo de Donald Trump na guerra contra a Rússia. Ele afirmou que o país enfrenta um dos períodos mais desafiadores de sua história e recusará qualquer acordo que comprometa a honra e a liberdade dos ucranianos.
O pronunciamento ocorreu um dia após o gabinete presidencial confirmar o recebimento do esboço da proposta de Washington, que, segundo Kiev, poderia dar novo fôlego à diplomacia.
O documento dos EUA inclui amplas concessões territoriais à Rússia, como o reconhecimento da soberania de Moscou sobre a Crimeia, o Donbass e outras regiões sob ocupação, além da criação de zonas desmilitarizadas e restrições significativas ao Exército ucraniano.
Zelensky ressaltou que sua resposta já havia sido dada em 2019, quando assumiu o cargo. “Prometi proteger a soberania e a independência da Ucrânia. Esse compromisso não é apenas formalidade. Nunca o trairei”, afirmou. Ele garantiu que o país não permitirá que sejam feitas acusações de sabotagem nas negociações e manterá uma postura cooperativa com os EUA e os aliados europeus.
“Vou apresentar argumentos, buscar convencer e sugerir alternativas. Mas uma coisa é certa: não daremos ao inimigo razões para alegar que a Ucrânia não deseja a paz, não colabora no processo e não está pronta para o diálogo diplomático. Isso não acontecerá”, destacou o líder ucraniano.
O momento decisivo e a resistência ucraniana
Zelensky descreveu o período como crucial, pedindo unidade interna e exaltando a força do povo ucraniano, que há quase quatro anos enfrenta bombardeios e perdas constantes. “Somos como o aço, fortes, mas até o metal mais resistente pode ceder”, disse ele.
Com relação às negociações com Washington, o presidente prometeu empenho para assegurar que pelo menos dois aspectos principais do plano sejam respeitados: a honra e a liberdade do povo ucraniano.
