O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quarta-feira (10/12) que o país finalizou uma nova versão do plano para encerrar o conflito com a Rússia. Essa ação faz parte de um trabalho conjunto com parceiros europeus para apresentar uma solução política unificada e viável.
A atualização diminuiu o acordo-quadro de paz para 20 pontos — oito a menos que a proposta inicial dos Estados Unidos —, compondo um conjunto de três documentos que direcionam as negociações: o plano de paz, as garantias de segurança e o programa de reconstrução da Ucrânia.
Zelensky chamou o conjunto de uma “estrutura dinâmica”, passível de ajustes para atender aos interesses de Kiev, da Europa e dos aliados.
“Os 20 pontos para acabar com a guerra são um documento essencial. Estamos focados nas etapas principais – estas devem ser viáveis”, afirmou.
Em seu discurso, o líder ucraniano ressaltou que a segurança será a base de qualquer pacto. “A segurança é o que permite que tudo o mais aconteça”, comentou, relatando uma videoconferência com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, Jared Kushner, enviado de Washington, e Larry Fink, CEO da BlackRock, para discutir investimentos e reconstrução.
Zelensky mencionou que essa foi a reunião inicial do grupo responsável pelo documento econômico. Participaram da delegação ucraniana a premiê Yulia Svyrydenko, outros ministros e o general Hnatov, representante das Forças Armadas.
Segundo ele, já há consenso com os EUA sobre os princípios que nortearão o plano de recuperação, e um “plano de ação econômica” será desenvolvido com a colaboração europeia.
Simultaneamente, Kiev aguarda contribuições dos militares ucranianos e o diálogo com o Pentágono para concluir o documento de garantias de segurança. O líder ucraniano reconheceu que Washington ainda não está disposto a apoiar a entrada da Ucrânia na Otan.
Zelensky antecipou que haverá uma reunião da Coalizão dos Dispostos nesta quinta-feira, que reúne mais de 30 países para apoiar a segurança ucraniana por terra, ar e mar. Na próxima semana, fará novas reuniões bilaterais na Europa.
A mídia internacional divulgou que a nova versão do plano de paz foi encaminhada aos EUA ao mesmo tempo em que Washington deu um prazo curto para que Zelensky responda à proposta americana — inicialmente criticada por sugerir concessões territoriais à Rússia.

