O presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia anunciou nesta terça-feira, 9 de dezembro, que está preparado para realizar eleições no país. Contudo, ele condicionou a realização do pleito a mudanças na legislação e garantias de segurança que permitam que todos os cidadãos, incluindo militares em serviço ativo, possam votar. As informações foram divulgadas pela agência russa Obshchestvo Novosti.
Zelensky afirmou: “Estarei na Ucrânia amanhã. Estou preparado para que as eleições aconteçam e espero propostas dos nossos parceiros e parlamentares para avançarmos nesse sentido.”
O presidente ressaltou que para um processo eleitoral seguro são necessárias alterações legais e condições específicas para o exercício do voto pelos soldados que atuam na linha de frente. O governo ucraniano apresenta essas exigências como principais obstáculos para a convocação das eleições.
A Ucrânia encontra-se sob lei marcial, um regime de exceção onde autoridades militares temporariamente assumem competências civis, geralmente adotado em situações de guerra ou instabilidade grave. Os poderes do presidente Zelensky expiraram no ano anterior, mas as eleições não foram realizadas devido à vigência da lei marcial e ao conflito armado em curso.
Ele solicitou ao Parlamento que elabore as alterações legislativas necessárias e cobrou de Estados Unidos e Europa garantias de segurança para viabilizar o pleito. Se as condições forem atendidas, as eleições poderiam ocorrer dentro de 60 a 90 dias, embora o chefe da Comissão Eleitoral Central, Oleg Didenko, aponte que talvez sejam precisos mais de três meses após um cessar-fogo para organizar a votação.
Além do assunto eleitoral, Zelensky informou que a Ucrânia entregará uma versão atualizada de sua proposta de paz aos Estados Unidos no dia 10 de dezembro, documento aprimorado após conversas com líderes do Reino Unido, França e Alemanha. Três documentos estão em discussão com parceiros ocidentais: uma estrutura com 20 pontos em evolução, um texto sobre garantias de segurança e um terceiro dedicado à reconstrução nacional, que só avançará após o fim do conflito ou com um cessar-fogo assegurado.
Zelensky reafirmou que a Ucrânia não pretende ceder territórios atualmente ocupados pela Rússia. Ele também respondeu ao presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente sugeriu a realização de eleições no país, destacando que a decisão é exclusiva do povo ucraniano e não de países estrangeiros.
Por fim, o líder ucraniano declarou esperar que reuniões importantes entre Kiev e Washington aconteçam dentro das próximas semanas, possivelmente já na semana seguinte, para discutir esses temas.

