O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou a Paris na segunda-feira (1º/12) para uma nova rodada de negociações com o presidente francês Emmanuel Macron e outros líderes europeus. Ao lado de Zelensky, Macron reafirmou o compromisso da Europa em continuar oferecendo suporte militar e diplomático à Ucrânia. Ele destacou que “nas próximas semanas, as sanções sobre a economia russa serão significativamente intensificadas”, referindo-se às novas medidas adotadas pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
A reunião realizada em Paris também envolveu uma chamada telefônica conjunta com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, além de líderes da Alemanha, Polônia, Itália, Finlândia, Holanda, Dinamarca e Noruega, junto a representantes da União Europeia, OTAN e do Reino Unido. O objetivo foi coordenar as respostas ao progresso das negociações entre Kiev e Washington.
“Nossos representantes voltarão à Europa em breve e, após avaliarmos os relatórios completos das negociações, tomaremos decisões sobre as próximas etapas”, declarou Zelensky.
Macron também anunciou que a chamada “Coalizão dos Dispostos” finalizou o trabalho interno relativo às garantias de segurança.
Desafios na Ucrânia
Em uma situação crítica em Kiev, autoridades anticorrupção realizaram buscas na residência de Andriy Yermak, chefe de gabinete e principal negociador ucraniano. As forças armadas enfrentam escassez de soldados diante do avanço russo em regiões como Zaporíjia, Pokrovsk e Kupiansk. A região de Kramatorsk, ainda controlada pela Ucrânia, continua sofrendo ataques constantes de drones, e a retomada de territórios é considerada improvável nos próximos meses.
Do ponto de vista militar, o maior desafio não é quando Kiev poderá virar o jogo na guerra, mas sim se conseguirá pressionar Moscou a ceder primeiro.
Apoio militar da França
Esta foi a décima visita de Zelensky a Paris desde o início do conflito, e a segunda em menos de três semanas. Em 17 de novembro, Ucrânia e França firmaram um acordo para a compra de até 100 caças Dassault Rafale, fortalecendo a capacidade aérea ucraniana. Além disso, Paris já forneceu artilharia, mísseis de longo alcance e apoio estratégico ao país.
A visita de Zelensky acontece enquanto Kiev busca aprimorar os termos de uma proposta americana, apresentada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. A versão inicial do plano incluía concessões territoriais à Rússia, a desistência da entrada na OTAN e limitações significativas às forças armadas da Ucrânia.
Conversações em Genebra no final de novembro e encontros na Flórida no domingo (30/11) geraram revisões para tornar o documento mais aceitável. Segundo Zelensky, o plano “está mais ajustado”, embora a questão territorial continue sendo “o ponto mais complexo”.