O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de empregar navios petroleiros para lançar drones contra países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e pediu que Moscou tenha o acesso bloqueado ao Mar Báltico. Essa declaração foi feita no domingo (29/9), durante o Fórum de Segurança de Varsóvia, em meio a uma elevação das tensões entre o Kremlin e a Aliança.
“Existem indícios crescentes de que a Rússia pode estar usando petroleiros no Mar Báltico para lançar drones — os drones que provocaram grandes transtornos no norte da Europa”, afirmou Zelensky.
De acordo com ele, se confirmada essa atividade, esses navios não deveriam permanecer no Mar Báltico.
O líder ucraniano ressaltou que a Europa tem o direito de se proteger e pode até restringir rotas marítimas diante do que chamou de “ações militares da Rússia contra países europeus”.
Kremlin nega acusações
As acusações foram feitas pouco depois do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negar na Assembleia Geral da ONU qualquer envolvimento de Moscou na recente série de ataques com drones na Europa. Lavrov classificou as acusações como “provocações” e alertou que qualquer ofensiva da Otan contra a Rússia teria uma resposta.
Nas últimas semanas, ocorrências envolvendo drones e aviões militares elevaram a tensão entre o Kremlin e seus opositores. No início de setembro, drones russos foram abatidos no espaço aéreo da Polônia e outros sobrevoaram a Romênia.
Alguns dias depois, três caças MiG-31 russos invadiram o espaço aéreo da Estônia, permanecendo por 12 minutos até serem interceptados por aeronaves da Otan.
“Esses eventos representam riscos e configuram uma violação ao espaço aéreo, às fronteiras e ao direito internacional. Isso deve resultar em uma resposta unificada, pois a Europa está sob ataques agressivos da Rússia”, disse Zelensky.
Resposta unificada
Nas redes sociais, o presidente ucraniano reafirmou a acusação contra incursões de drones russos e enfatizou que a resposta deve ser conjunta, envolvendo União Europeia, Otan e Estados Unidos.
“Em relação às invasões de drones e aeronaves russas no espaço aéreo internacional, países como Estônia, Polônia, Dinamarca e Noruega foram impactados — e a Suécia já manifestou preocupação. Não há fumaça sem fogo. Uma reação única deve ser articulada — Europa, Otan e Estados Unidos. Pois é exatamente isso que a Rússia deseja: que a Otan responda de forma parcial e sem o envolvimento dos Estados Unidos”, destacou.
Ele também apontou ameaças em nações que fizeram parte da União Soviética, onde a Rússia estaria perdendo influência.
Neste contexto, Zelensky ressaltou a vitória do partido pró-europeu da presidente Maia Sandu nas eleições parlamentares da Moldávia, em 28 de setembro, sinalizando claramente o caminho político desejado pelo povo moldavo, apesar dos desafios que ainda persistem.