O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta sexta-feira (26/12) que terá em breve um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Este anúncio surge após uma recente rodada de negociações entre Washington e Kiev, que resultou em um plano revisado com 20 pontos para tentar encerrar o conflito.
“Concordamos em realizar uma reunião de alto nível com o presidente Trump, em um futuro próximo. Muitas decisões podem ser tomadas antes do Ano Novo”, publicou Zelensky em suas redes sociais. Segundo ele, a Ucrânia está determinada a não perder tempo.
Rustem Umerov também relatou seus contatos recentes com a parte americana, reforçando a urgência para as negociações. “Não estamos desperdiçando nenhum dia. Está acordada uma reunião ao mais alto nível – com o presidente Trump em breve. Muitas decisões importantes podem ocorrer antes do Ano Novo. Glória à Ucrânia!”, declarou Zelensky em sua conta oficial no Twitter.
Na quarta-feira (24/12), Zelensky revelou uma versão atualizada do plano americano para pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia, fruto das negociações entre Washington e Kiev. Esta nova proposta abandona duas das principais exigências da Rússia presentes na versão original.
O documento atualizado propõe o congelamento das linhas de frente, sem abordar uma possível cessão de territórios à Rússia. Além disso, retira a obrigação para que a Ucrânia renuncie oficialmente ao seu desejo de integrar a OTAN.
Até o momento, o governo russo não se pronunciou sobre as novas propostas, mantendo sua postura inflexível quanto às reivindicações territoriais, como a retirada da Ucrânia da região do Donbass. Outro ponto que dificulta o avanço das negociações são as intenções de Kiev em aderir à Aliança Atlântica.
Questionado sobre o tema, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Moscou ainda está definindo sua posição e se recusou a comentar detalhes. Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que os avanços para o fim da guerra são “lentamente constantes”.
Segundo reportagem do jornal russo Kommersant desta sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, teria comunicado a empresários influentes que está aberto a negociar a troca de alguns territórios sob controle russo na Ucrânia, exceto a região do Donbass, pela qual permanece inabalável.
Os relatos indicam que Putin estaria disposto a concessões similares às feitas em agosto em Anchorage, no Alasca, durante uma reunião com Donald Trump. Para o líder russo, o Donbass é uma área que deve permanecer sob controle da Rússia.
Apesar dessas negociações, o conflito continua. Nesta manhã, drones russos atacaram três navios nas regiões de Odessa e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, conforme informou o vice-primeiro-ministro ucraniano, Oleksiy Kuleba. Os navios estavam sob as bandeiras da Eslováquia, Palau e Libéria. Os ataques causaram cortes de energia e danificaram depósitos civis, mas não houve vítimas.
Kuleba também reportou uma ação com drones contra a estação ferroviária de Kovel, no noroeste da Ucrânia, próxima à fronteira com a Polônia, que danificou uma locomotiva e um vagão de carga.

