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segunda-feira, 25/08/2025

Zeina Latif alerta que falas de Lula e Moraes dificultam acordo comercial com EUA

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Zeina Latif, economista e sócia da Gibraltar Consulting, expressou preocupação nesta segunda-feira, 25, sobre as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Segundo ela, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, têm complicado o andamento das conversas.

“A negociação poderia estar evoluindo melhor. É fácil criticar de fora, mas acredito que a maneira como o presidente fala acaba atrapalhando um pouco. Observando a sequência de suas declarações e as reações dos EUA, percebo que isso causou prejuízo. O mesmo vale para o ministro Moraes. Especialistas avaliam que essas posições e entrevistas na imprensa internacional são vistas como provocações”, afirmou a economista durante o Seminário Brasil Hoje, promovido pelo Esfera Brasil.

Zeina também comentou sobre o pacote de ajuda oferecido pelo governo Lula para apoiar empresas brasileiras afetadas pelas tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

“Acho que o pacote poderia incluir outros elementos, como modificar o fundo garantidor de exportação para permitir a participação do setor privado, inclusive bancos. Isso ajudaria a decidir quais empresas receberiam suporte. Embora economistas às vezes sejam vistos de forma negativa, acredito que nesse momento as contrapartidas exigidas das empresas são inadequadas. Durante uma política industrial, contrapartidas são importantes, mas agora as empresas precisam de flexibilidade para se adaptar”, explicou Zeina.

A economista ressaltou que o Brasil deve valorizar seus pontos fortes, pois tem ganhado reputação como parceiro confiável. Em momentos de crise, é essencial elaborar uma estratégia de longo prazo, focando no grau de abertura da economia brasileira.

“Se tivéssemos uma economia mais aberta, com mais acordos comerciais, nossas empresas conseguiriam se adaptar e se integrar melhor globalmente. Temos sido muito cautelosos nessa inserção, inclusive no debate sobre a transição verde, que precisa avançar. Precisamos pensar no futuro e não apenas reagir ao curto prazo, definindo metas mais ambiciosas”, concluiu.

Estadão Conteúdo

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