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sábado, 20/09/2025

Zapad 2025: exercícios militares da Rússia aumentam tensão na Europa

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O exercício militar Zapad 2025, que terminou recentemente, envolveu aproximadamente 100 mil soldados e o uso de armamentos nucleares táticos, reacendendo preocupações de que Moscou possa repetir os eventos de 2022, quando exercícios similares precederam uma invasão em grande escala da Ucrânia.

Detalhes do Zapad 2025

Zapad 2025 foi uma operação militar conjunta entre Rússia e Belarus, mobilizando cerca de 100 mil militares de ambos os países. A atividade contou com o uso de aeronaves, navios e tanques, além de incluir treinamentos com armas nucleares.

O exercício ocorreu em meio a acusações feitas por membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia. Nos últimos dias, Polônia, Romênia e Estônia relataram invasões de seu espaço aéreo por aeronaves russas.

Com caças e drones russos cruzando o espaço aéreo polonês e a Ucrânia sob ataques constantes, a Europa enfrenta um clima de crescente tensão. Os exercícios militares de Moscou são vistos como um alerta para o Ocidente, que acompanha com cautela os movimentos russo-belarusos.

Forças e armamento envolvidos

Segundo o Kremlin, participaram cerca de 100 mil militares, 10 mil unidades de armamento, 333 aeronaves e 240 embarcações. Em Belarus, tanques, sistemas de mísseis e artilharia pesada foram posicionados em locais estratégicos.

O destaque do exercício foi a introdução do míssil hipersônico Oreshnik e a simulação do uso de armas nucleares táticas, que, embora possuam potência menor do que as estratégicas, possuem grande simbolismo e elevam a tensão no Leste Europeu.

Contexto histórico e reações

A Europa lembra os padrões anteriores: Zapad 2021 foi anunciado como um treinamento defensivo, mas meses depois a Rússia iniciou a guerra contra Kiev. Em 2022, ocorreu a invasão em grande escala da Ucrânia, que foi precedida por mobilizações militares similares. Agora, Zapad 2025 novamente ocorre em Belarus, em meio a incidentes envolvendo drones russos no espaço aéreo polonês.

O governo da Polônia classificou as manobras como muito agressivas e mobilizou 40 mil soldados para a fronteira com Belarus, além de fechar passagens terrestres. Países bálticos, como Letônia e Lituânia, reforçaram restrições aéreas.

A OTAN respondeu com a operação Sentinela Oriental, que mobiliza tropas da Dinamarca, França, Alemanha e Reino Unido para reforçar sua fronteira leste. O secretário-geral da organização, Mark Rutte, criticou as incursões russas recentes, destacando que foi a primeira vez desde 2022 que a aliança disparou contra drones russos.

Declarações oficiais do Kremlin

O presidente Vladimir Putin, trajando uniforme militar, inspecionou pessoalmente as tropas e armamentos em Nizhny Novgorod, afirmando que o objetivo é proteger a soberania da União entre Rússia e Belarus.

O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que os exercícios não são direcionados contra nenhum país, ressaltando que são uma demonstração de cooperação entre aliados estratégicos.

Tensão crescente na Europa

A tensão no continente é evidente, com a Polônia respondendo a invasões recentes de drones russos com mobilizações militares e acionando o Artigo 4 da OTAN, que chama para consultas emergenciais em caso de ameaça a um Estado membro.

A União Europeia anunciou um novo pacote de sanções contra a Rússia para pressionar economicamente o Kremlin e reduzir seus recursos para a guerra, conforme declarado pela presidente Ursula von der Leyen.

Observadores e percepção internacional

Moscou convidou observadores de 23 países, incluindo Estados Unidos, Turquia e Alemanha, para acompanhar os exercícios, numa tentativa de mostrar transparência e equilibrar a percepção de ameaça com um aspecto diplomático.

Segundo o advogado internacionalista Julian Dias Rodrigues, a escolha do local próximo à fronteira da OTAN e a presença de Putin conferem um tom político ao evento, enviando uma mensagem clara ao Ocidente sobre a disposição da Rússia em demonstrar força.

Perspectivas e riscos

O exercício Zapad 2025 sugere que a Rússia mantém a capacidade de projetar poder e desafiar o Ocidente, mesmo após anos de conflito na Ucrânia. Para a Europa, é um sinal de alerta sobre a possibilidade de uma rápida escalada da instabilidade.

Um especialista adverte que a margem de erro é mínima ao brincar com esse nível de poder de fogo, e as consequências podem ser imprevisíveis.

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