A Justiça de Roma decidirá nesta quinta-feira (18/12) sobre o pedido de extradição da ex-deputada Carla Zambelli (PL-SP) para o Brasil. A parlamentar renunciou ao cargo na Câmara dos Deputados no domingo (14/12).
O julgamento será realizado na Corte de Apelação. Condenada a mais de 15 anos de prisão em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli está detida na Itália desde julho.
A análise sobre a extradição, inicialmente prevista para 4 de dezembro, foi adiada para esta quinta-feira devido a uma greve de advogados na Itália. O pedido do governo brasileiro será discutido às 9h no horário local (5h no horário de Brasília).
A defesa de Zambelli informou que tentará adiar a extradição para apresentar novas provas. “A defesa solicitará o reagendamento da audiência para incluir mais evidências, conforme ocorrido no caso de Eduardo Tagliaferro“, declarou o advogado Fabio Pagnozzi.
Este adiamento segue decisão similar da Justiça italiana sobre a extradição de Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e réu no STF por coação, violação de sigilo, obstrução de investigação relacionada a organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Fuga
Em julho, Zambelli foi detida em Roma após fugir do Brasil para evitar o cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Detentora de dupla cidadania, ela buscou asilo político na Itália após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023.
As investigações indicam que Zambelli foi a mentora da invasão para emitir um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes. De acordo com os autos, o ataque cibernético foi executado por Walter Delgatti, que confirmou ter agido sob as ordens da parlamentar.
Após a fuga, o governo brasileiro formalizou o pedido de extradição da ex-deputada, que foi enviado ao governo italiano pelo Itamaraty, por intermédio do STF, em 11 de junho.

