Carla Zambelli, deputada federal, foi detida na Itália e passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (1º/8). Enquanto aguarda o processo de extradição, ela teria ameaçado iniciar uma greve de fome, conforme declarado por seus advogados à imprensa, mas decidiu não prosseguir com o protesto.
A prisão ocorreu na terça-feira (29/7), em Roma, cidade onde Zambelli estava hospedada, e a detenção foi confirmada pelo Ministério da Justiça brasileiro. Atualmente, ela encontra-se recolhida no Instituto Penitenciário de Rebibbia, na periferia da capital italiana.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que tomará todas as medidas necessárias para assegurar a conclusão do processo de extradição requerido pelo Brasil.
Segundo a AGU, o objetivo é garantir que a parlamentar cumpra no país a pena de dez anos à qual foi condenada por crimes de falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático qualificado com prejuízo econômico. A condenação foi proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em 17 de maio de 2023.
Após a condenação, Zambelli teria deixado o Brasil em 25 de maio, cruzando a fronteira terrestre pela região de Foz do Iguaçu (PR) até Buenos Aires, para depois seguir para um destino fora da América do Sul.
Além da pena de prisão, o STF determinou a perda do mandato parlamentar, que será aplicada após o trânsito em julgado da decisão. A defesa da deputada entrou com recurso alegando falta de acesso total às provas, mas os advogados deixaram o caso após sua saída do país.
Com base nos fatos, a Procuradoria-Geral da República solicitou a prisão preventiva, alegando que as ações da parlamentar e do hacker envolvido causaram risco à segurança do Poder Judiciário e à integridade dos sistemas da Justiça brasileira. O pedido foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes, que incluiu Zambelli na lista de procurados da Interpol com uma difusão vermelha.