Roma — A corte de apelação de Roma optou por postergar pela terceira vez a análise da extradição da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL). A audiência que determinará se Zambelli cumprirá sua sentença no Brasil está reagendada para 20 de janeiro de 2026. Ela foi condenada por ser a mentora da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fugiu do Brasil e encontra-se detida na Itália.
Na quarta-feira (17/12), chegaram à Itália documentos enviados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relativos ao local de custódia de Zambelli caso ela seja extraditada para o Brasil.
A defesa da ex-deputada solicitou mais tempo ao tribunal italiano para examinar esses documentos, e o pedido foi aceito pela corte.
Extradição da ex-deputada
O julgamento que definirá a extradição de Zambelli estava previsto inicialmente para 27 de novembro, mas foi adiado devido à paralisação de servidores públicos e advogados na Itália. A data foi remarcada para 4 de dezembro, porém, houve nova postergação, pois a Justiça Italiana precisou de mais tempo para avaliar documentos recentes apresentados pela defesa.
Na quinta-feira, o tribunal romano decidiu adiar mais uma vez a decisão sobre a extradição da ex-parlamentar.
O Ministério Público italiano já expressou apoio à extradição de Zambelli.
Mandato e substituição
Carla Zambelli renunciou ao mandato de deputada federal no domingo (14/12), após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter anulado a votação da Câmara dos Deputados que mantinha seu mandato.
O suplente Adilson Barroso (PL-SP) assumiu o cargo deixado por Zambelli, conforme previsto pelo regimento interno e legislação eleitoral.
Condenações no Brasil
Carla Zambelli responde a duas condenações distintas no Brasil:
- Dez anos e oito meses de prisão pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
- Cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, relacionado a um episódio em que ela perseguiu um homem armado nas proximidades das eleições de 2022.
Zambelli foi detida na Itália em julho deste ano, fruto de uma operação conjunta entre autoridades brasileiras e italianas, e permanece encarcerada desde então.
