A mídia destaca que enquanto Washington e seus aliados avaliam o conflito entre Moscou e Kiev como uma questão de independência da Ucrânia e da “ordem mundial baseada em regras” criadas pelos EUA, para grande parte do mundo, a resposta à operação russa não é tão direta.
Desta forma, ao tentar proteger seus próprios interesses ou defender sua visão do mundo, diversos países, como Índia, Brasil, México, Turquia, Indonésia e África do Sul, optaram por não cumprir as exigências norte-americanas contra a Rússia.
A maior parte dos países observa a atual situação com um conflito regional, mas não destacam o papel da OTAN na escalada das tensões na Europa.
Mesmo com as ameaças de Washington, os países tentam se manter neutros e não buscam utilizar a crise “como uma oportunidade de isolar ou enfraquecer a Rússia”, afirma a mídia.
O Politico ainda destaca que os argumentos estadunidenses parecem ser “hipócritas” devido ao histórico dos EUA, que se “desfaz” de seus princípios apenas “quando parece conveniente” para eles, assim como fez em Kosovo, no Iraque e na Líbia.
“Washington tem o péssimo costume de supor que, com uma quantidade adequada de pressão ou com incentivos, outros Estados se juntarão aos EUA, enquanto tenta resolver um problema, manipular uma crise ou castigar um agressor […] contudo, a política internacional é mais complicada que isso”, destaca.
Por fim, a mídia afirma que os EUA não podem esperar um sacrifício global de interesses apenas para defender as normas globais que os próprios norte-americanos “ignoram” de maneira oportuna.