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segunda-feira, 08/09/2025

Viver sem vesícula: o que muda após a operação

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A colecistectomia, cirurgia para remoção da vesícula biliar, é uma das intervenções abdominais mais realizadas no Brasil. Essa operação é indicada principalmente para tratar os cálculos biliares, também conhecidos como “pedras na vesícula”. Estima-se que até 20% da população brasileira seja afetada por esse problema.

Um estudo publicado em 2024 no Brazilian Journal of Health Review, conduzido por pesquisadores brasileiros e bolivianos, apontou que entre 2019 e 2023, 1,3 milhão de internações relacionadas a essa condição foram registradas no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes acima de 15 anos.

O levantamento, baseado nos dados da plataforma DATASUS, também destacou que as mulheres são 3,1 vezes mais suscetíveis à colecistopatia calculosa do que os homens, com 1.059.926 internações femininas em comparação a 328.213 masculinas durante o período analisado.

Embora a retirada da vesícula seja comum, muitas pessoas questionam como o organismo funciona sem ela. É importante esclarecer que não é possível remover apenas as pedras; a vesícula, órgão responsável por armazenar a bile — substância produzida pelo fígado que auxilia na digestão de gorduras — deve ser completamente removida.

A boa notícia é que o corpo geralmente se ajusta bem após a cirurgia. Sem a vesícula, a bile flui continuamente para o intestino, mesmo quando não há ingestão de alimentos. Victor Edmond Seid, cirurgião do aparelho digestivo do Einstein Hospital Israelita, afirma que a recuperação costuma ser tranquila e bem tolerada. A operação também pode ser indicada em situações de suspeita de câncer, pancreatite causada por cálculos ou pólipos na vesícula.

Por que as pedras na vesícula aparecem?

Os cálculos biliares surgem devido ao mau funcionamento da vesícula e ao desequilíbrio dos componentes da bile. Fatores de risco incluem obesidade, alterações no colesterol, perda de peso rápida (como após cirurgia bariátrica), idade acima de 40 anos, várias gestações e cirurgias no esôfago e estômago.

Os sintomas comuns são dor no lado direito do abdômen, especialmente após refeições ricas em gordura, náusea e má digestão. Mesmo sem sintomas, as pedras podem causar complicações, como pancreatite e colecistite, recomendando a necessidade da cirurgia.

Recuperação após a cirurgia

Algumas pessoas podem apresentar fezes amolecidas ou diarreia nas semanas seguintes à operação, principalmente após jejum prolongado ou ingestão de alimentos gordurosos. Hilton Libanori, cirurgião do aparelho digestivo do Einstein, explica que na maioria dos casos a vesícula já não é funcional no momento da cirurgia, portanto sua remoção traz alívio, e não sintomas.

A diarreia costuma ser controlada dividindo as refeições ao longo do dia e evitando longos períodos sem alimentação. Poucos pacientes apresentam intolerância a alimentos gordurosos após a cirurgia; em geral, a digestão melhora.

Após o período inicial de recuperação, que inclui evitar gorduras em excesso e exercícios intensos nos primeiros 30 dias, a maioria dos pacientes retoma uma vida normal, sem restrições alimentares ou de atividades.

Fonte: Agência Einstein

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