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terça-feira, 26/08/2025

Vieira afirma que não haverá negociação com EUA sobre decisões judiciais

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou que as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil são medidas políticas ligadas ao processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais auxiliares. Segundo Vieira, este é um assunto interno do Brasil, administrado pelo Poder Judiciário, e o Executivo não pode interferir.

Mauro Vieira participou de um evento da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Council of the Americas em São Paulo, onde afirmou que não há possibilidade de negociação entre os países que envolva decisões judiciais.

O ministro também destacou que o governo brasileiro resistirá às pressões dos EUA, buscando respeito às instituições do país, mas mantendo o diálogo em outros temas que não comprometam a soberania nacional.

Em 18 de agosto, o Brasil enviou comentários à investigação do órgão americano USTR sobre práticas brasileiras, como o PIX e o combate ao desmatamento ilegal, defendendo essas ações. Além disso, em 5 de agosto foi solicitado à Organização Mundial do Comércio (OMC) consultas oficiais contra os Estados Unidos, argumentando que as tarifas americanas violam as regras do comércio internacional.

Como última medida, o governo finalizou a regulamentação da Lei da Reciprocidade (Lei nº 15.122), que permite responder comercialmente aos Estados Unidos, se necessário.

Internamente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um pacote de apoio aos setores impactados pelas tarifas americanas, com facilitação de crédito, restituição de impostos e aumento de compras públicas de alimentos.

O ministro informou que o presidente Lula manteve contatos recentes com líderes da Índia, China, México e França, entre outros, para tratar do impacto das tarifas dos EUA.

Vieira revelou que essas conversas refletem preocupações globais sobre o enfraquecimento do sistema multilateral de comércio, que está vulnerável a pressões de países mais fortes em negociações bilaterais.

O Brasil quer iniciar discussões para uma reforma abrangente da OMC, visando fortalecer as regras do comércio internacional.

Estadão Conteúdo

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