A vice-primeira-ministra do Reino Unido, Angela Rayner, renunciou ao seu posto na última sexta-feira (5/9) após admitir que pagou menos impostos do que deveria ao adquirir um imóvel.
Em sua carta de demissão, Rayner declarou: “Reconheço que não segui os princípios mais elevados na recente compra do meu imóvel. Sinto muito por não ter buscado orientação fiscal adicional, dada minha função como ministra da Habitação e a complexidade da minha situação familiar. Assumo total responsabilidade por esse equívoco.”
O primeiro-ministro, Keir Starmer, expressou pesar pela saída de uma colega confiável e amiga de longa data. Ele afirmou que, apesar de acreditar que a decisão foi adequada, entende a dificuldade dela e ressaltou o empenho de Rayner em contribuir para o sucesso do governo trabalhista e o esforço de tornar o Reino Unido uma nação mais justa.
Ela é a oitava e uma das figuras mais relevantes a deixar o governo de Starmer desde sua posse em julho do ano passado, após vitória expressiva sobre o Partido Conservador. Além do cargo de vice-primeira-ministra e ministra da Habitação, Rayner também deixou a posição de segunda no Partido Trabalhista.
Investigação e consequências
Angela Rayner foi investigada por Laurie Magnus, responsável independente pela conduta ministerial. O relatório reconheceu seu compromisso exemplar com o serviço público, mas concluiu que houve violação do código de conduta ao não buscar aconselhamento fiscal adicional na compra do imóvel.
Na compra de um apartamento de 800 mil libras (aproximadamente R$ 5,8 milhões) em Hove, no sul da Inglaterra, Rayner deixou de pagar cerca de 40 mil libras (por volta de R$ 292 mil) em impostos ao declarar o imóvel como residência principal, o que evitou o imposto sobre propriedades secundárias, considerado mais alto. Sua residência oficial fica em Manchester, cidade que representa como deputada desde 2015.
Ela insistiu que não teve a intenção de fraudar impostos e afirmou ter recebido aconselhamento jurídico incorreto. O atual ministro das Relações Exteriores, David Lammy, assumirá o posto de vice-primeiro-ministro, acumulando também a função de secretário de Justiça.
Esta renúncia representa um marco importante na administração de Keir Starmer, que enfrenta desafios para manter a estabilidade do seu governo.