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segunda-feira, 08/09/2025

Vice-presidente da cpmi espera que careca do inss seja preso após depoimento

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O deputado Duarte Jr. (PSD-MA), vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), afirmou nesta segunda-feira (8/9) que deseja que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, seja preso após o depoimento que prestará na comissão. O depoimento está marcado para a próxima segunda-feira (15/9).

“Meu aniversário é no dia 15 de setembro, segunda-feira, e vou ganhar de presente de aniversário o depoimento, frente a frente, olho no olho, com o Careca do INSS. Espero que ele saia dali preso. É o melhor presente que posso receber, assim como o povo brasileiro”, declarou o deputado em entrevista ao programa Acorda Metrópoles.

Careca do INSS é um personagem central no esquema que aplicava descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. As investigações indicam que ele recebeu vultosos pagamentos de entidades envolvidas e é suspeito de intermediar propinas a ex-diretores do INSS e ao ex-procurador-geral da instituição.

Antonio Carlos Camilo Antunes detinha procurações para representar associações junto ao INSS. Quebras de sigilos bancários revelaram pagamentos feitos por ele e suas empresas a parentes de antigos dirigentes do INSS. Ele estaria recebendo 27,5% de cada desconto aplicado sobre aposentadorias que conseguia para o grupo.

O escândalo veio à tona por meio de uma série de reportagens publicadas desde dezembro de 2023, que mostraram um crescimento expressivo na arrecadação das entidades com descontos nas mensalidades dos aposentados, atingindo R$ 2 bilhões em um ano. As associações enfrentam milhares de processos por fraudes nas filiações.

As reportagens motivaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) e impulsionaram as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias foram utilizadas na representação que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, a qual culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Nesta segunda, a CPMI ouviu o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que comandou a pasta de janeiro de 2023 a maio de 2025. A sessão ocorreu às 16h. Lupi renunciou em 2 de maio, cerca de 15 dias após a operação da Polícia Federal que identificou cobranças indevidas feitas por entidades na folha de pagamento de aposentados.

O que pesou contra ele não foi a investigação diretamente, pois não foi citado, mas a ausência de ação frente às diversas reportagens e alertas da CGU sobre as fraudes, conforme reportado pela coluna de Fabio Serapião.

Nos próximos depoimentos, a comissão ouvirá o ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, que esteve à frente do INSS durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), marcado para quinta-feira (11/9), às 9h. José Carlos aparece nos documentos da operação Sem Desconto por suspeitas relacionadas ao assessor de uma das entidades investigadas.

Na quinta-feira seguinte (18/9), o empresário Maurício Camisotti, responsável por três entidades que arrecadaram mais de R$ 1 bilhão com descontos ilegais, prestará depoimento à comissão.

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