Felício Ramuth, vice-governador de São Paulo, está ao lado do governador Tarcísio de Freitas na defesa da anistia para pessoas acusadas de golpismo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ramuth faz parte do PSD, partido que ainda não adotou uma posição oficial sobre o assunto, mostrando divisão interna entre seus membros.
Segundo Felício Ramuth, a acusação feita pelo ministro Alexandre de Moraes tem uma base técnica, mas também contém exageros políticos. Para ele, a resposta ideal deve vir do Poder Legislativo, combinando aspectos técnicos e políticos de forma equilibrada.
O vice afirma apoiar qualquer projeto que for aprovado pelo Congresso e defende que o poder legislativo tem autonomia para decidir como proceder diante do tema da anistia.
Tarcísio de Freitas chamou atenção em uma manifestação realizada no 7 de Setembro na Avenida Paulista, onde pediu a anistia, criticou o Supremo Tribunal Federal e qualificou Alexandre de Moraes como um ditador. Para Felício, a atitude mais relevante do governador foi sua ação ao articular em Brasília pela anistia, comprometendo seu capital político.
Apesar dessas declarações, Ramuth acredita que o relacionamento do governador com a maioria dos ministros do STF não será prejudicado, pois as críticas foram direcionadas especificamente ao ministro Alexandre de Moraes.
No PSD, o tema gera divergências: alguns deputados defendem pautar a anistia, enquanto a maioria dos senadores são contra. Felício avalia que é improvável que o partido adote uma posição única sobre o assunto, dada sua tradição pragmática de atuar em governos diferentes.
Além de presidente do PSD, Gilberto Kassab ocupa o cargo de secretário de Governo, importante na articulação política estadual. Ele busca ser vice de Tarcísio caso o governador dispute a reeleição, enquanto este último pode disputar a presidência da República com o apoio de partidos do centrão.
Se Tarcísio deixar o governo para concorrer à presidência, Felício Ramuth assumiria o comando do estado e pode se candidatar a governador nas próximas eleições. Outros políticos como André do Prado, Ricardo Nunes e o próprio Kassab também buscam o apoio do governador para futuras disputas pelo Palácio dos Bandeirantes.
Nos últimos tempos, Felício Ramuth tem se aproximado da base bolsonarista, negando que o episódio de 8 de Janeiro tenha sido uma tentativa de golpe e criticando as punições aplicadas aos envolvidos nos ataques golpistas.
Com trajetória política iniciada como prefeito de São José dos Campos, Felício adquiriu reconhecimento regional, especialmente devido às suas políticas voltadas à segurança pública.