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quinta-feira, 31/07/2025

Vice de Nunes pode assumir vaga de Eduardo Bolsonaro no Senado em 2026

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BRUNO RIBEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo acreditam que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não vai disputar o Senado pelo estado no próximo ano. Por isso, estão organizando para que o vice-prefeito da capital, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), possa substituir Eduardo Bolsonaro na eleição.

A ideia é que, por causa do envolvimento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil, Eduardo Bolsonaro ou continue nos Estados Unidos ou concorra à Presidência quando voltar ao país.

Ricardo Mello Araújo negou que tenha sido convidado para essa vaga. “Se me indicaram, eu não sei”, afirmou o vice-prefeito, mas sugeriu que a decisão cabe ao presidente Bolsonaro.

O plano inicial dos líderes partidários como Tarcísio de Freitas, Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil), Valdemar Costa Neto (PL), Gilberto Kassab (PSD) e Renata Abreu (Podemos) era que Eduardo Bolsonaro disputasse o Senado em São Paulo numa chapa com Guilherme Derrite (PP), deputado federal licenciado e atual secretário da Segurança Pública paulista.

Em 2026, cada estado elegê dois senadores para mandatos de oito anos, podendo cada partido lançar dois candidatos. A chapa Eduardo Bolsonaro e Guilherme Derrite pretendia reunir votos da centro-direita para evitar que a esquerda ganhasse uma das vagas.

Este plano foi apresentado no final de maio durante evento de filiação de Guilherme Derrite ao PP, porém existiam dúvidas se Eduardo Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos, teria sucesso nas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O que ocorreu foi uma taxa extra de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, medida criticada por aliados que acham difícil defendê-la aos eleitores.

Há muita especulação sobre o futuro político de Eduardo Bolsonaro. Em entrevista recente, o deputado indicou que não pretende voltar ao Brasil: “Eu não estou preocupado com meu futuro político. Estou disposto a ficar nos Estados Unidos para defender ideias de liberdade”.

Aliados, como o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), procuram formas para que Eduardo Bolsonaro preserve seu mandato mesmo sem estar presente.

Ricardo Mello Araújo é visto como um seguidor fiel do ex-presidente Bolsonaro, capaz de atrair votos bolsonaristas, especialmente no interior paulista. Coronel da reserva da PM, ele comandou a Rota, um batalhão conhecido por sua atuação rigorosa e controvérsias.

Ele foi indicado como vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB) no ano passado, uma condição imposta por Bolsonaro para apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo.

Porém, o jeito de agir do vice tem gerado conflitos na prefeitura e na Câmara Municipal, segundo aliados de Nunes. Ricardo Mello Araújo costuma tomar decisões que caberiam ao prefeito sem consultá-lo, o que tem causado desconforto.

Por exemplo, em abril, enquanto Ricardo Nunes estava na Ásia, Ricardo Mello Araújo vetou a liberação de R$ 200 mil em emendas para um vereador aliado, Sansão Pereira (Republicanos), para um torneio esportivo. O prefeito depois derrubou o veto e liberou a verba.

Ricardo Nunes está planejando disputar o governo do estado em 2026, já que Tarcísio de Freitas deve concorrer à Presidência.

Se Nunes e Mello Araújo renunciarem, o presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União Brasil), assumirá como prefeito. Ele é aliado de Milton Leite (União Brasil), ex-presidente do Legislativo municipal e participante ativo da política nos bastidores.

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