A vereadora da cidade de São Paulo Zoe Martínez (PL) apresentou uma denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada federal Erika Hilton (PSol), levantando suspeitas sobre a contratação de uma empresa de segurança privada por parte da deputada. A vereadora questiona a legitimidade da empresa para atuar no ramo.
De acordo com registros no Portal da Transparência da Câmara, em março deste ano, Erika Hilton efetuou um pagamento de R$ 8,7 mil para a empresa Mapi Consultoria em Sistemas de Segurança e Proteção Comunitária, registrada sob o CNPJ 45.930.204/0001-60, localizada no bairro Paraíso, em São Paulo.
Este gasto está incluído na cota parlamentar da deputada e descrito como “serviço de segurança prestado por empresa especializada”. A vereadora aponta que a empresa não estaria habilitada para prestar serviços de segurança privada.
A Mapi tem como atividades econômicas secundárias:
- Instalação e manutenção elétrica;
- Representação comercial e intermediação para mercadorias em geral;
- Comércio varejista de material elétrico;
- Consultoria em tecnologia da informação;
- Atividades de vigilância e segurança privada;
- Monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança;
- Investigações particulares;
- Organização de eventos;
- Treinamento profissional e gerencial.
Conforme legislação brasileira, a Polícia Federal (PF) é a responsável pelo controle das empresas de segurança privada. Na denúncia à PGR, Zoe Martínez anexou um documento oficial da PF, que confirma que a Mapi não tem autorização para atuar neste segmento.
Este ofício, assinado pelo delegado Rodrigo Strini Franco, também solicita mais informações sobre os serviços prestados pela empresa.
A vereadora destaca que o endereço do CNPJ da empresa é um espaço de coworking, o que, segundo ela, é improvável que tenha instalações aprovadas pela PF, sendo este o endereço Rua Desembargador Eliseu Guilherme, nº 292, conj. 91, Paraíso, São Paulo, caixa postal 159.
Zoe Martínez relata que visitou pessoalmente o local para verificar a existência das empresas e se estas cumprem os requisitos legais para operar.
A empresa Mapi também aparece em notas fiscais da vereadora Amanda Paschoal (PSol), com um serviço descrito como “consultoria e monitoramento das redes sociais” em maio deste ano, o que difere das atividades econômicas registradas.
Na denúncia, Zoe Martínez levanta a suspeita de improbidade administrativa e pede investigação, citando a Lei nº 8429/1992, alterada pela Lei nº 14.230/2021, que trata dos atos de improbidade.
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da deputada Erika Hilton, que ainda não se posicionou. A vereadora Amanda Paschoal não foi localizada, porém o espaço permanece aberto para manifestações.
Dois números de telefone constavam no CNPJ da Mapi: um deles não foi atendido e no outro, um homem informou que o número não correspondia à empresa.