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Venezuela: Maduro assume 3º mandato sob acusação de fraude eleitoral

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Nicolás Maduro foi empossado para um terceiro mandato presidencial na Venezuela e fica no poder até o fim de 2030

Alfredo Lasry R/Getty Images

Nicolás Maduro conseguiu mais uma vez. Mesmo cercado de críticas quanto à legitimidade de sua suposta vitória nas urnas, o herdeiro político de Hugo Chávez foi empossado para um terceiro mandato como presidente da Venezuela, prevendo ficar no mais alto cargo do país até o final de 2030. O evento que marcou a manutenção do chavismo no poder aconteceu nesta sexta-feira (10/1).

O político venezuelano chegou à Assembleia Nacional da Venezuela por volta das 11h30 (10h30, no horário local) para prestar juramento e assumir a presidência diante do poder legislativo do país.

Na posse, Maduro prometeu cumprir todas as obrigações constitucionais em seu novo período presidencial e prometeu que seu mandato seria marcado por “paz, prosperidades, igualdade e a nova democracia”.

“Juro pela história, juro pela minha vida, e assim cumprirei”, declarou o líder chavista.

Em seu discurso, Maduro voltou a recorrer à retórica anti-imperialista, e disse que sua suposta vitória veio da vontade popular.

“Eu não fui eleito como presidente pelo governo dos Estados Unidos, nem pelos governos pró-imperialistas da direita latino-americana, não foi eleito pela oligarquia. Venho do povo, sou do povo, e meu poder emana da história e do povo, e ao povo devo minha vida completa, em corpo e alma”, disse Maduro diante de autoridades locais e estrangeiras que acompanharam a cerimônia.

Polêmicas
Desde o fim de julho de 2024, quando as eleições venezuelanas foram realizadas, a vitória de Nicolás Maduro tem sido contestada pela oposição e grande parte da comunidade internacional. A principal queixa é a de que autoridades da Venezuela, sob o domínio do chavismo, não apresentaram as atas eleitorais que poderiam comprovar a reeleição do atual presidente do país.

Com o aumento da pressão pela divulgação dos resultados das urnas, Maduro adotou a retórica de que a Venezuela estaria sendo alvo de um esforço internacional para interferir no país. Por isso, ele adotou diversas medidas polêmicas, como o rompimento de relações diplomáticas com países que contestaram sua vitória, e também prendeu estrangeiros em território venezuelano, acusados de serem mercenários.

A oposição venezuelana também viu a repressão aumentar na mesma medida em que a pressão contra o chavismo crescia.

Isso forçou Edmundo González, adversário político de Maduro nas últimas eleições, a deixar a Venezuela e buscou asilo político na Espanha após ser alvo de uma ordem de prisão. A dias da posse presidencial, uma recompensa de US$ 100 mil foi oferecida pela captura do ex-embaixador.

De julho de 2024 a janeiro deste ano, os registros são de aumento na repressão e perseguição no país. Segundo a Missão Internacional Independente de Investigação de Fatos da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1,8 mil pessoas estão presas na Venezuela por motivos políticos.

O último dos casos aconteceu a um dia da posse, quando a oposição denunciou a prisão de María Corina Machado na capital Caracas. Após ficar cerca de 1 hora desaparecida, a opositora de Maduro foi solta.

Opositor promete retornar
Mesmo com uma quantia milionária por sua captura, Edmundo González prometeu retornar à Venezuela para assumir o Palácio de Miraflores nesta sexta-feira, após se exilar na Espanha.

Até o momento, no entanto, não há informações sobre a presença do opositor de Maduro na Venezuela.

Sua última localização conhecida foi a República Dominicana, onde se reuniu com autoridades locais na esteira de um giro internacional pela América Latina e Caribe.

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