Diante dos recentes alertas dos Estados Unidos, o governo de Nicolás Maduro informou que realizará um exercício militar no Caribe. O comunicado foi feito pelo ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, nesta quarta-feira (17/9).
Batizado de “Caribe Soberano 200”, o treinamento acontecerá na ilha de Orchila, situada no Caribe, onde há uma base militar da Venezuela.
Segundo o ministro da Defesa, as forças aéreas, marítimas e terrestres estarão envolvidas na operação. O propósito, segundo Padrino López, é realizar patrulhamento na área e testar as capacidades ofensivas nacionais. Cerca de 2,5 mil militares venezuelanos estão previstos para participar do exercício.
Com esta ação, Maduro intensifica sua postura diante da presença militar dos Estados Unidos na região do Caribe, para onde foram enviados navios venezuelanos para vigilância. Também, recentemente, o líder do chavismo mobilizou mais de 4,5 milhões de milicianos.
Movimentação militar dos EUA
No mês passado, uma frota de navios de guerra dos Estados Unidos foi enviada ao local, reforçada por caças F-35 baseados em uma base militar em Porto Rico. Esta movimentação faz parte da campanha do governo Trump contra o chamado “narcoterrorismo” na América Latina.
Um dos alvos principais é o cartel de Los Soles, que os EUA associam ao tráfico internacional de drogas e apontam Nicolás Maduro como seu líder. Recentemente, o grupo foi classificado como organização terrorista por Washington.
Essa mudança na política externa forneceu justificativas para que a administração Trump execute operações em território estrangeiro, sob a justificativa de combater o terrorismo e atingir esses cartéis de drogas.
Desde então, os Estados Unidos já declararam que três embarcações, supostamente oriundas da Venezuela com cargas de drogas, foram atacadas e destruídas no mar do Caribe, resultando na morte de 14 pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera essas ações como “execuções extrajudiciais”.