O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assinou o Tratado de Parceria Estratégica e Cooperação com a Rússia, nesta terça-feira (7/10), no Palácio de Miraflores, em Caracas. Esse acordo, celebrado durante encontro com o embaixador russo na Venezuela, Sergey Mélik-Bagdasáro, inaugura uma aliança estratégica entre as duas nações e intensifica as relações bilaterais, com a finalidade de contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
“As relações bilaterais de cooperação e amizade entre Rússia e Venezuela se fortalecem. Somos duas nações profundamente unidas, empenhadas na construção de um mundo multipolar, justo, igualitário, respeitando a autodeterminação dos povos e, acima de tudo, promovendo a paz”, declarou Maduro.
O tratado define um plano de cooperação conjunta para os próximos dez anos, com revisões a cada cinco anos. O acordo inclui a criação de uma infraestrutura financeira independente, para reduzir a dependência do comércio ocidental; a colaboração estratégica em setores como petróleo, gás e mineração; além de uma coordenação energética para promover os recursos de ambos os países em fóruns internacionais.
A nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela ressaltou que o acordo representa “um avanço significativo” para o fortalecimento dos laços políticos, econômicos e técnico-científicos, visando estabelecer uma “ordem internacional justa e equilibrada”. Maduro enfatizou ainda que a assinatura do tratado coincide com o aniversário do líder russo, Vladimir Putin.
“No aniversário do presidente Vladimir Putin, envio meus parabéns e um forte abraço. Que ele sinta o carinho do povo venezuelano. Muitas bênçãos”, expressou Maduro.
Tanto a Venezuela quanto a Rússia enfrentam sanções econômicas severas. Para superar esses obstáculos financeiros, ambos os países realizam comércio direto entre si para compensar as perdas decorrentes dos bloqueios.
Tensões Regionais
A Venezuela enfrenta um clima de tensão com os Estados Unidos, com a presença de navios de guerra americanos próximos às suas águas territoriais. O ex-presidente Donald Trump ordenou o reforço naval após rotular Maduro como líder do cartel de Los Soles e criticou duramente o regime autoritário venezuelano.
Por sua vez, a Rússia está envolvida em um conflito que perdura por mais de dois anos com a Ucrânia, intensificando invasões para controle de áreas do território ucraniano. Anteriormente, os dois países haviam firmado um pacto que abrange ações contra o terrorismo e extremismo, combate à glorificação do nazismo, controle de armamentos e cooperação pacífica no espaço, indicando a possibilidade de intervenção mútua em caso de ameaça.