A Venezuela recorreu novamente à Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar as ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que se protegerá em todas as áreas necessárias.
A declaração foi feita durante uma sessão da Assembleia Geral dedicada ao Dia Internacional contra o Colonialismo em todas as suas formas, realizada na quinta-feira (18/12).
O representante permanente da Venezuela na ONU, embaixador Samuel Moncada, declarou: “A República Bolivariana da Venezuela defenderá sua soberania, integridade territorial e independência em todos os campos necessários, visando preservar a paz e a segurança da nação”.
Contexto da Crise no Caribe
Desde agosto, os Estados Unidos intensificaram sua presença militar na América Latina e no Caribe, alegando o combate ao tráfico de drogas na região.
Esse esforço inclui uma frota de navios de guerra, caças F-35, um submarino nuclear, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, além de fuzileiros navais.
Até agora, durante a chamada operação Lança do Sul, pelo menos 27 embarcações foram atacadas no Caribe e no Oceano Pacífico, resultando na morte de 99 pessoas.
O Pentágono afirma que essas embarcações estariam ligadas ao tráfico de drogas, embora não tenha apresentado provas concretas dessas acusações.
Além disso, a ofensiva também tem como alvo o presidente Nicolás Maduro, acusado pelos EUA de ser líder do cartel de Los Soles, recentemente classificado como uma organização terrorista.
Ao associar tráfico de drogas ao terrorismo, a administração norte-americana criou justificativas para realizar operações militares em outros países sob a alegação de combater o terrorismo.
Esse posicionamento foi declarado pouco depois de Donald Trump ameaçar mais severamente Nicolás Maduro, acusando a Venezuela de roubar petróleo dos EUA, uma alegação que o representante venezuelano na ONU chamou de tentativa de estabelecer uma colônia no país.
Medidas recentes e desdobramentos
Recentemente, a crise na América Latina se intensificou com o anúncio de um bloqueio marítimo à Venezuela por parte dos EUA, logo após a apreensão de um navio petroleiro em águas venezuelanas.
De acordo com o presidente americano, essa medida, somada ao fechamento do espaço aéreo venezuelano, visa embarcações sancionadas que mantêm relações com o setor petrolífero sob o comando de Nicolás Maduro.
Donald Trump também afirmou que o governo chavista teria confiscado ativos americanos, como terras e petróleo, embora não tenha apresentado evidências que comprovem essas acusações.
Em resposta, Nicolás Maduro conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em 17 de dezembro. Segundo comunicado do governo venezuelano, o presidente alertou que as declarações e as ações de Donald Trump representam ameaças à estabilidade e paz da região.

