O governo da Venezuela condenou a captura de um navio petroleiro no Caribe, acusando os Estados Unidos de “roubo claro” e “pirataria internacional”. O presidente Donald Trump declarou, em 10 de dezembro, que as forças armadas dos EUA realizaram a apreensão na costa venezuelana por motivos justificáveis.
O executivo de Nicolás Maduro sustenta que ao admitir o ataque, Trump revela que a intenção da ação militar norte-americana sempre foi tomar posse do petróleo venezuelano sem compensação, mostrando que a agressão à Venezuela faz parte de um plano para saquear os recursos energéticos do país.
A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, explicou que a operação seguiu um mandado de apreensão contra o navio-tanque, acusado de transportar petróleo sujeito a sanções dos EUA e que teria conexões com o Irã. Ela afirmou que o petroleiro estava sob restrições há anos devido à participação em uma rede irregular de transporte de petróleo que financiaria grupos considerados terroristas pelos EUA. A ação, realizada na costa da Venezuela, foi descrita como segura.
Essa apreensão intensifica a pressão dos EUA sobre o governo de Maduro. Em agosto, Trump havia ordenado uma mobilização militar ampla no Caribe para enfrentar cartéis de drogas que atuam na região e prejudicam os EUA.
Em comunicado, a Venezuela afirmou que esta ação revela os reais motivos da agressão prolongada: não se trata de migração, narcotráfico, democracia ou direitos humanos, mas sim da riqueza natural do país, especialmente seu petróleo e energia, pertencentes unicamente ao povo venezuelano.
A nota do governo denuncia a apreensão como um roubo flagrante e pirataria, destacando que essa não é a primeira vez que o presidente norte-americano admite tais atos. O texto também lamenta o confisco ilegal de ativos estratégicos venezuelanos e protesta contra a tentativa de ocultar o fracasso político internacional que busca mudar o regime por meios violentos.
O governo bolivariano reafirma o compromisso de defender a soberania e os recursos naturais da Venezuela por todos os meios legais e apela à comunidade internacional para rejeitar a agressão injusta e ilegal.
Em agosto, Trump autorizou o envio de uma força militar extensa ao Caribe, incluindo navios de guerra, caças avançados, um submarino nuclear e o porta-aviões USS Gerald R. Ford. A justificativa apresentada para essa movimentação foi o combate a cartéis de drogas que enviam entorpecentes aos EUA. Nicolás Maduro foi acusado de liderar o cartel Los Soles, recentemente classificado como organização terrorista internacional por Washington.
Com base nessas alegações, Trump indicou que novas operações militares contra a Venezuela podem ocorrer, com o objetivo de combater o terrorismo vinculado ao tráfico internacional de drogas.

