DIEGO FELIX
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A venda de aparelhos eletrônicos no Brasil aumentou quase cinco vezes nas últimas três décadas, chegando a 130 milhões de unidades comercializadas somente no ano passado.
De acordo com os dados da Eletros, que reúne as empresas do setor, as vendas cresceram de forma gradual desde 1994 e tiveram um salto significativo nos últimos dez anos, impulsionadas pela inclusão tecnológica.
Trinta anos atrás, foram vendidos 27 milhões de aparelhos, subindo para 34 milhões em 2004, 86 milhões em 2014 e 130 milhões em 2024.
Esse avanço é resultado de vários fatores combinados no comércio brasileiro, como o aumento da renda da população, incentivos do governo para aquisição de bens duráveis, políticas públicas para estimular a produção, ampliação do crédito, redução de impostos e apoio à modernização das fábricas.
“Esses números refletem o trabalho conjunto de toda a cadeia produtiva, desde a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias avançadas até a fabricação, o comércio e a regulação responsável do Estado”, declarou o presidente executivo da Eletros, Jorge Nascimento.
Jorge Nascimento ressaltou que, na década de 1990, era impensável que as casas brasileiras tivessem acesso a equipamentos modernos produzidos no país com qualidade internacional. Atualmente, eletrodomésticos simples e inteligentes são fabricados no Brasil e têm preços acessíveis aos consumidores.
Nesta quarta-feira (27), a Eletros comemora 30 anos com um seminário na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília, onde serão apresentados os dados do setor e discutidos temas como avanços regulatórios e conquistas ambientais.
Entre as melhorias regulatórias destacam-se o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), lançado pelo Inmetro em 1992, que padroniza as informações técnicas para o consumidor, e o selo Procel Inmetro de Desempenho, criado em 1998, que premia aparelhos com alta eficiência energética.
“As normas trouxeram benefícios tanto para as empresas quanto para a sociedade. Consumidores estão mais exigentes, a indústria é desafiada a inovar e o país reduziu seu impacto ambiental, exportando sua experiência em gestão energética”, afirmou Jorge Nascimento.
O principal desafio para os próximos anos é manter a competitividade frente à revolução tecnológica global, solucionando desafios como a necessidade de mais investimentos em pesquisa, inovação em eficiência energética, qualificação profissional, controle de custos e fortalecimento de políticas públicas e incentivos fiscais.
“O setor está pronto para inovar e acompanhar as transformações ambientais necessárias, contribuindo para o desenvolvimento do país. Porém, o sucesso depende da colaboração de toda a cadeia produtiva e de uma visão de longo prazo”, concluiu o presidente da Eletros.