O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro para o Hospital DF Star, em Brasília, onde ele será submetido a uma cirurgia para corrigir duas hérnias inguinais. A escolta que acompanhará o deslocamento até a unidade de saúde será feita pela Polícia Federal (PF), conforme determinação de Moraes.
Além disso, a decisão estabelece que a Polícia Federal assegure segurança e vigilância 24 horas por dia, com pelo menos dois policiais federais posicionados diante do quarto onde Bolsonaro estará internado.
A internação do ex-presidente ocorrerá nesta quarta-feira (24/12) e a cirurgia está marcada para o dia 25 de dezembro, conforme solicitação da defesa.
Solicitação para a cirurgia
Em 14 de dezembro, exames de ultrassonografia realizados em Bolsonaro identificaram a presença de duas hérnias inguinais. Os médicos indicaram que o tratamento definitivo para o problema seria uma cirurgia.
No dia seguinte, a defesa solicitou ao ministro Alexandre de Moraes autorização para a realização urgente do procedimento cirúrgico.
Moraes encaminhou os exames e laudos médicos para a avaliação de peritos da Polícia Federal e exigiu uma perícia médica que foi realizada em 17 de dezembro.
Em 19 de dezembro, após análise dos laudos da perícia da Polícia Federal que confirmaram a necessidade da cirurgia em caráter eletivo, Moraes concedeu permissão para o procedimento, definindo as datas solicitadas pelos advogados após manifestação da Procuradoria-Geral da República.
Jair Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após Moraes considerar risco em uma vigília convocada em frente ao condomínio do ex-presidente e também pelo fato de Bolsonaro ter rompido a tornozeleira eletrônica que usava em prisão domiciliar. Desde o dia 25, ele cumpre uma pena de 27 anos e 3 meses relacionada ao processo sobre uma trama golpista.
Condição de hérnia inguinal bilateral
A perícia médica do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal constatou que o ex-presidente apresenta uma hérnia inguinal bilateral, ou seja, que acomete ambos os lados da região da virilha. A hérnia se forma quando parte do intestino ou outro tecido interno protrai através de uma fraqueza na musculatura abdominal, gerando um caroço ou inchaço que pode provocar dor e desconforto.
Exames feitos em agosto de 2025 não identificavam nenhuma hérnia. Em novembro, os médicos detectaram clinicamente a hérnia em apenas um lado. Relatórios subsequentes confirmaram o diagnóstico que, em dezembro, foi confirmado por exames de imagem como presente em ambos os lados da região inguinal.
Segundo os peritos, a agravamento da condição pode estar relacionado ao aumento da pressão intra-abdominal, associado a episódios contínuos de soluços e tosse prolongada que Bolsonaro apresentou recentemente.

