Na noite de quarta-feira (10/12), a Câmara dos Deputados decidiu não cassar o mandato do deputado federal Glauber Braga (PSol-SP). Em vez da cassação, foi aprovada uma suspensão de seis meses, para a qual o parlamentar celebrou com seus aliados no plenário.
O momento da votação foi tenso e marcado por emoção. O Conselho de Ética havia sugerido a cassação e inelegibilidade do deputado por oito anos, mas uma emenda do PSol, que propôs a suspensão temporária, foi aprovada com o apoio de membros do governo e do Centrão, modificando o parecer inicial. Assim, Glauber Braga mantém seu mandato, mas ficará afastado da atividade parlamentar por meio ano.
O processo contra o deputado acusa quebra de decoro parlamentar. Em abril de 2024, Glauber Braga expulsou às chutes o ex-militante do Movimento Brasil Livre, Gabriel Costenaro, das dependências da Câmara após este ter ofendido a mãe do deputado, Saudade Braga, ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), já falecida.
No mesmo ano, Glauber Braga realizou uma greve de fome por oito dias em uma comissão da Casa, denunciando perseguição política e acusando o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de articular contra ele, o que foi negado pelo alagoano.
No dia anterior à votação, o deputado Glauber Braga ocupou a Mesa Diretora da Câmara em protesto contra o anúncio, feito pelo deputado Motta, de que votaria a cassação. Foi retirado à força pela Polícia Legislativa, o que gerou interrupção das transmissões oficiais, bloqueio do acesso ao plenário a jornalistas e relatos de agressões contra profissionais da imprensa, gerando críticas contra Motta por seu comportamento.

