Uma comissão do Vaticano negou nesta quinta-feira (4/12) a possibilidade de admitir mulheres no diaconato, por meio do sacramento da ordem, um dos sete sacramentos da Igreja Católica que confere ao homem o papel de ministro de Cristo dentro da Igreja.
A comissão, liderada pelo cardeal Giuseppe Petrocchi, rejeitou a permissão por nove votos contra um, afirmando que a pesquisa histórica e teológica descarta essa possibilidade. Contudo, o Vaticano recomendou um aprofundamento nos estudos sobre o tema.
A Igreja Católica não reconhece mulheres em cargos hierárquicos como diáconos, padres, bispos, arcebispos, cardeais e o papa.
Conforme o comunicado oficial do Vaticano: “O status quaestionis — estado da investigação — em torno da pesquisa histórica e da investigação teológica, analisadas em suas implicações mútuas, exclui a possibilidade de avançar no sentido da admissão de mulheres ao diaconato, entendido como grau do sacramento da ordem. Considerando a Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério, esta avaliação é robusta, ainda que não permita até o momento um julgamento definitivo, como ocorre com a ordenação sacerdotal.”
Razões apresentadas pela comissão
O relatório da comissão apresenta tanto argumentos favoráveis quanto contrários à admissão de mulheres como diaconisas.
- Entre os argumentos favoráveis está a ideia de que a tradição católica e ortodoxa de restringir a ordenação diaconal apenas a homens contraria “a igualdade entre homem e mulher como imagem de Deus, e a dignidade igual de ambos os gêneros”. Além disso, apontam que tal restrição conflita com a declaração de fé de que: ‘Não há mais judeu nem grego, escravo nem livre, homem e mulher, pois todos são um em Cristo Jesus (Gálatas 3, 28)’.
- Por outro lado, os argumentos para manter a proibição dizem que “a masculinidade de Cristo, e assim a masculinidade daqueles que recebem a ordem, não é um detalhe acidental, mas parte essencial da identidade sacramental, preservando a ordem divina da salvação em Cristo. Mudar essa realidade não seria apenas uma adaptação do ministério, mas uma ruptura do significado nupcial da salvação.” Esse ponto foi submetido à votação, ficando empate: cinco votos a favor de sua confirmação e cinco contra.

