Rio, 11 – O comércio varejista no Brasil cresceu 0,5% em outubro comparado a setembro, impulsionado por fatores que incentivaram o consumo, como a desaceleração da inflação e um mercado de trabalho forte, explicou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio no IBGE.
Esse foi o primeiro aumento significativo desde março, quando o crescimento foi de 0,7%.
“Esse crescimento é generalizado”, afirmou Santos. “Apenas os setores de tecidos, roupas e calçados tiveram queda. Além disso, neste mês, vários fatores se juntaram para incentivar o consumo, incluindo a redução da inflação, com alguns produtos até apresentando queda de preços”, completou.
Santos também destacou a manutenção da melhora no mercado de trabalho em outubro, com aumento contínuo na renda dos trabalhadores e mais pessoas empregadas.
Além disso, o crédito para pessoas físicas continuou crescendo em outubro, inclusive para compra de veículos, apesar da taxa básica de juros estar em 15% ao ano. “Mesmo com os juros altos, o crédito para pessoa física não diminui significativamente, apresentando pequenas variações mês a mês”, disse.
No varejo, os segmentos de supermercados e produtos farmacêuticos têm mostrado bom desempenho a longo prazo, embora tenham tido uma leve queda em outubro, segundo Santos.
Em outubro, o aumento de 0,5% nas vendas no varejo foi devido ao crescimento em sete dos oito setores pesquisados: equipamentos para escritório, informática e comunicação (3,2%), combustíveis (1,4%), móveis e eletrodomésticos (1,0%), livros e papelaria (0,6%), artigos pessoais e domésticos (0,4%), produtos farmacêuticos e de perfumaria (0,3%) e supermercados (0,1%). O único setor em queda foi tecidos, vestuário e calçados (-0,3%).
No varejo ampliado, que inclui veículos, material de construção e atacado alimentício, as vendas subiram 1,1%. Veículos e motos cresceram 3,0%, e material de construção teve alta de 0,6%. O atacado alimentício não teve dados suficientes para divulgação.
Santos ressaltou que os setores essenciais do varejo mantêm vendas estáveis em níveis altos, indicando que o consumo está se sustentando. Em outubro, as vendas de produtos farmacêuticos estavam em nível recorde, enquanto as de supermercados estavam apenas 1,3% abaixo do pico de maio de 2024.
A renda extra dos consumidores, além do essencial, tem sido direcionada para compras de bens não essenciais em outros setores, como móveis e eletrodomésticos. “Isso mostra uma tendência de manter o consumo dos produtos básicos nos supermercados, uma leitura válida desde abril”, concluiu.
Estadão Conteúdo

