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segunda-feira, 25/08/2025

Varejo cresce e fatura R$ 1,3 trilhão em 2024

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DANIELE MADUREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O varejo do Brasil é bastante diversificado, com líderes regionais crescendo rapidamente e redes nacionais que resistem bem a desafios econômicos, como a alta da taxa de juros. Essa é uma das conclusões do Ranking Top 300 do Varejo Brasileiro, que será divulgado na noite de segunda-feira (25) pelo Instituto Retail Think Tank Brasil (IRTT).

As 300 maiores lojas do país faturaram R$ 1,3 trilhão em 2024, um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior. Esse número considera apenas as vendas de produtos próprios, deixando de fora gigantes como Mercado Livre, o maior marketplace do Brasil. O crescimento de 9,8% é maior que a média nacional, que teve alta de 8,2% segundo o IBGE.

As maiores empresas no ranking são Grupo Carrefour Brasil (que inclui Carrefour, Atacadão e Sam’s Club), Assaí, Magazine Luiza, RD Saúde (redes Drogasil e Raia) e Grupo Boticário (que controla O Boticário e Quem Disse, Berenice?). Juntas, essas redes venderam R$ 325,9 bilhões em produtos próprios, representando cerca de 26% do total do levantamento do IRTT, que conta com apoio da Mastercard e é conduzido por especialistas da consultoria Varese Retail: Alberto Serrentino, Eduardo Terra e Helio Biagi.

Mesmo com crescimento geral em 2024, a maior taxa de juros da Selic afetou o ritmo das vendas no segundo semestre, dificultando a expansão do setor. O CEO do Carrefour, Stephane Maquaire, comentou que o grupo poderia abrir mais lojas, mas é limitado pelos altos custos dos juros. Segundo ele, o Carrefour gasta mais de R$ 2 bilhões por ano em juros, o que impede a abertura de cerca de 30 lojas Atacadão por ano.

Algumas redes regionais cresceram mais rápido porque conhecem melhor seus clientes. A Pague Menos, por exemplo, é uma rede de farmácias presente em todo o Brasil, mas com 70% das lojas concentradas no Nordeste, e tem mostrado bons resultados.

O ranking também revelou que 68 das maiores varejistas investiram em projetos de inteligência artificial em 2024, acompanhando uma tendência global evidenciada na NRF 2025, a maior feira do varejo mundial realizada em Nova York.

No Brasil, grandes redes como o Carrefour usam inteligência artificial para combater furtos, um problema que custa cerca de R$ 10 bilhões ao ano, segundo pesquisa da KPMG feita para a Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas).

Grandes lojas de moda, como Renner e C&A, começaram a empregar IA para lançar coleções sob demanda, reduzindo estoques e aumentando a rentabilidade. Essa é a mesma estratégia da empresa asiática Shein no mercado global.

As 300 maiores redes de varejo têm 80.638 pontos de vendas e empregam 1,7 milhão de pessoas. Cerca de 75% delas têm vendas online e quase um terço vende pelo WhatsApp. Dessas, 200 vendem mais de R$ 1 bilhão por ano.

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