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terça-feira, 17/06/2025




Vacinação completa em apenas um terço das cidades brasileiras

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Em Brasília

Somente 32% dos municípios do Brasil alcançaram as metas de vacinação infantil básicas previstas para 2023. Embora esse índice seja o melhor desde 2018, ele ainda está abaixo do esperado, conforme revela um novo relatório lançado na terça-feira, 17 de junho, que traz dados sobre a imunização no país de 2000 a 2023.

Os dados foram reunidos no Anuário VacinaBR 2025, um estudo inédito feito pelo Instituto Questão de Ciência (IQC) em colaboração com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Feito pela plataforma VacinaBR, criada em dezembro de 2023, o levantamento combina informações municipais, estaduais e nacionais de bancos de dados públicos de vacinação, como DataSUS e InfoMS, com dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

O relatório demonstra uma queda constante nas coberturas vacinais de quase todas as vacinas infantis desde 2015, sendo essa redução mais acentuada a partir de 2020, um impacto da pandemia de Covid-19.

Ainda que haja sinais de melhora a partir de 2022, as taxas de vacinação permanecem distantes das metas estipuladas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para 2023. Nenhuma das vacinas infantis do calendário oficial atingiu metas em todos os estados no último ano de análise.

As vacinas contra poliomielite, meningococo C, Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e varicela apresentaram as coberturas mais preocupantes, sem que nenhum estado tenha alcançado as metas previstas. Especialmente para o meningococo C, a situação é crítica, com nenhum estado cumprindo as metas entre 2021 e 2023.

Em 2023, aproximadamente 80% dos brasileiros viviam em municípios que não atingiram as metas para a maioria das vacinas avaliadas individualmente.

Luciana Phebo, Chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, comentou que após anos de queda, o Brasil tem avançado na retomada da vacinação, conquistando progressos em diversas regiões, mas que o relatório também destaca desigualdades regionais e estruturais que precisam ser enfrentadas.

Desafios com abandono vacinal

Vacinas que requerem múltiplas doses enfrentam alta taxa de desistência entre as doses. Em alguns estados, mais de 50% das crianças não recebem a segunda dose, comprometendo a proteção contra doenças como sarampo, caxumba e rubéola.

Cobertura vacinal nacional por imunizante

  • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): Em 2023, somente quatro estados alcançaram a meta de vacinar 95% das crianças com a primeira dose, enquanto 14 estados registraram menos de 50% de cobertura para o esquema completo. Em 2014, todos os estados cumpriam essa meta inicial.
  • Poliomielite: O Brasil não alcança a meta de 95% desde 2016. Em 2023, menos de 20% da população vivia em municípios que atingiram essa meta.
  • Meningococo C: Nenhum estado cumpriu a meta entre 2021 e 2023. Em 2023, quase 90% da população estava em municípios sem alcance da meta, um aumento expressivo em relação a 2011, quando era 25%.
  • BCG: A cobertura caiu significativamente a partir de 2019, com apenas três estados atingindo a meta e onze registrando índices abaixo de 80%.
  • HPV: A cobertura da segunda dose permaneceu baixa, com 80% para meninas e abaixo de 50% para meninos em 2023. Nove estados e o Distrito Federal superaram 80% de cobertura, principalmente no Sudeste e Sul, com o Paraná ultrapassando 90%.




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