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terça-feira, 12/08/2025

Vacina contra câncer apresenta resultados promissores

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Uma vacina experimental desenvolvida para combater o câncer demonstrou resultados positivos em testes iniciais realizados com pacientes acometidos por câncer de pâncreas e colorretal, que são considerados entre os mais difíceis de tratar.

Essa vacina, denominada ELI-002 2P, foi criada com o objetivo de ativar o sistema imunológico para atacar mutações específicas no gene KRAS. É classificada como uma “vacina pronta para uso”, pois, diferente de terapias individualizadas que demandam um processo complexo e demorado para cada paciente, esta é produzida de forma padronizada.

O estudo, publicado na revista Nature Medicine, acompanhou 25 pacientes que haviam passado por cirurgias para tratamento do câncer e apresentavam sinais mínimos de doença residual ou vestígios de DNA tumoral no sangue, indicadores comuns de risco de retorno da doença.

Durante cerca de 20 meses de acompanhamento, 84% desenvolveram células T específicas para o KRAS, com muitos permanecendo sem sinais da doença.

O oncologista Zev Wainberg, da Universidade da Califórnia, ressaltou em comunicado que este avanço é muito promissor, especialmente para pacientes com cânceres relacionados ao KRAS, como o de pâncreas, onde a recorrência é frequentemente inevitável e as opções de tratamento são limitadas.

Como a vacina age?

A vacina utiliza uma tecnologia que direciona antígenos diretamente para os gânglios linfáticos, locais onde as respostas imunológicas são ativadas. Essa estratégia permite a produção em larga escala e acesso potencialmente mais rápido, diferentemente de tratamentos que exigem formulações personalizadas.

Estima-se que aproximadamente 25% dos tumores sólidos possuam mutações no KRAS, responsável por cerca de 90% dos cânceres de pâncreas e metade dos cânceres colorretais. A vacina visa treinar o sistema imunológico para identificar e eliminar células com essa mutação.

Alguns pacientes apresentaram eliminação completa de biomarcadores associados ao tumor, e 67% tiveram respostas imunológicas a outras mutações relacionadas ao câncer, sugerindo ação mais ampla da vacina.

Perspectivas futuras

Embora o estudo seja inicial e com número reduzido de pacientes, os especialistas demonstram otimismo. Wainberg destacou que a vacina representa um avanço significativo na imunoterapia dirigida ao KRAS.

Os pesquisadores estão recrutando participantes para um ensaio clínico de Fase 2, que avaliará uma versão aprimorada da vacina, focada em um conjunto mais amplo de mutações do KRAS.

Estudos maiores e de longo prazo serão necessários para confirmar a eficácia da vacina e sua possível combinação com outras terapias no tratamento do câncer.

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