SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Após perder o título de melhor universidade da América Latina para a UBA (Universidade de Buenos Aires) há um ano, a USP (Universidade de São Paulo) continuou a cair na 22ª edição do ranking QS World, uma das principais avaliações globais do ensino superior.
Segundo a lista divulgada nesta quarta-feira (18), a USP saiu do grupo das 100 melhores universidades do mundo depois de três anos consecutivos, caindo da 85ª posição em 2023 para a 92ª em 2024, e agora está em 108º.
A UBA permanece como a única universidade latino-americana entre as cem melhores, ocupando o 84º lugar. Em terceiro lugar na região está a Pontifícia Universidade Católica do Chile, na 116ª posição.
A Unicamp é a segunda melhor universidade brasileira no ranking, ocupando o 232º lugar em 2026.
De acordo com a QS, o Brasil apresentou uma redução líquida de 25% nesta edição, refletindo uma queda mais ampla na América Latina, onde metade das instituições desceram no ranking e três saíram do top 100.
No entanto, o Brasil continua sendo o sistema de ensino superior mais robusto da América Latina, com mais universidades listadas do que qualquer outro país da região e quatro entre as 500 melhores do mundo: USP (92ª), Unicamp (232ª), UFRJ (304ª) e Unesp (489ª).
A USP e outras universidades brasileiras também tiveram quedas em outro ranking internacional, o do Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR), divulgado no mês anterior. Nesta lista, 87% das instituições brasileiras apresentaram desempenho ruim, devido à redução em pesquisa em um cenário de competição global acirrada.
Ben Sowter, vice-presidente sênior da QS, afirmou que “as universidades brasileiras, assim como a região latino-americana, enfrentam desafios neste ranking, especialmente em pesquisa e atração de talentos globais. Porém, é possível reverter essa situação com investimentos direcionados, incentivos à mobilidade internacional e parcerias de pesquisa”.
Ele também destacou que “com as tradicionais escolhas de destinos para estudos no exterior sendo reavaliadas, novas oportunidades surgem para países em ascensão, como o Brasil, que pode atrair talentos globais e se posicionar como líder em conhecimento e pesquisa”.
A QS classificou 24 universidades brasileiras no ranking atual: três melhoraram, nove caíram e doze mantiveram suas posições.
O relatório da QS ressalta que o Brasil teve quedas em quase todos os indicadores, exceto na proporção de docentes por aluno, que teve variações equilibradas. Isso sugere a necessidade de investimentos em pesquisa, comunicação, recursos humanos e iniciativas de sustentabilidade ambiental, social e de governança. Apenas na reputação acadêmica o país está acima da média global.
EUA continuam dominando o ensino superior
O ranking da QS deste ano analisou mais de 1.500 universidades em 106 países e territórios. Os Estados Unidos permanecem como o sistema de ensino superior mais representado, com 192 universidades, seguidos pelo Reino Unido, com 90, e a China, com 72.
Pelo 14º ano consecutivo, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) lidera o ranking. O Imperial College London mantém a segunda posição, enquanto a Universidade de Stanford subiu para o terceiro lugar. A Universidade de Oxford e Harvard ficaram em quarto e quinto, respectivamente.
O Reino Unido está empatado com os EUA em número de universidades de elite, com quatro cada um entre as dez melhores. O indicador em que o Reino Unido se destaca mais é a proporção de estudantes internacionais, em que o país alcança a segunda maior média mundial entre países com dez ou mais universidades listadas, atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos.