No Distrito Federal, a análise de dados tem sido fundamental para guiar as decisões estratégicas na área de segurança pública e colaborar para a diminuição dos índices de criminalidade. Uma iniciativa recente do Governo do Distrito Federal (GDF) — a limitação do funcionamento das distribuidoras de bebidas alcoólicas entre meia-noite e 6 horas da manhã — demonstra como a utilização de informações detalhadas pode resultar em ações eficazes.
Essa medida foi oficializada por meio de um decreto conjunto da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e da Secretaria de Governo. Estudos realizados pela SSP-DF indicam que existe uma correlação entre o movimento desses estabelecimentos durante a madrugada e o aumento dos casos de homicídios. “Embora os dados ainda estejam em avaliação, os primeiros sinais são bastante promissores, com uma redução visível da criminalidade nesses locais”, destaca o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. “Além do objetivo principal de diminuir os crimes contra a vida, também observamos queda em outros indicadores de segurança.”
Essa abordagem reflete uma política baseada em análises técnicas, reforçada por órgãos especializados como a Subsecretaria de Gestão da Informação (SGI), criada há dez anos e responsável por integrar dados policiais, atendimentos do Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) e pesquisas junto à população. “A tecnologia na integração desses diferentes bancos de dados nos permite desenvolver estudos cada vez mais aprofundados”, explica o subsecretário George Couto.
Em abril deste ano, a SSP-DF avançou nessa linha com a criação da Secretaria Executiva Institucional e de Políticas de Segurança Pública, que tem o objetivo de alinhar a prevenção criminal, a formulação de políticas e a gestão da informação. “Com essa nova estrutura, conseguimos implementar ações como a regulamentação das distribuidoras, sempre focadas na redução da criminalidade”, ressalta o secretário executivo Thiago Frederico de Souza Costa.
Além de embasar políticas públicas, os dados também auxiliam o trabalho operacional das forças de segurança, com o aumento do uso de policiamento inteligente, ações de repressão qualificada e ferramentas tecnológicas de monitoramento. Conforme a SSP-DF, a estratégia atual envolve a integração entre órgãos e a participação ativa da sociedade. “O trabalho conjunto amplia o alcance das medidas e assegura que os diagnósticos se convertam em ações efetivas”, acrescenta Thiago.
Os resultados já refletem nas estatísticas. Os chamados crimes violentos letais intencionais (CVLIs), como homicídios e latrocínios, apresentam queda constante no Distrito Federal. Essa melhora é fruto de programas como o Segurança Integral, lançado em 2023, que fortaleceu a articulação entre as instituições de segurança e fez o DF bater recorde na redução da taxa de homicídios por 100 mil habitantes.
Assim, a combinação de tecnologia, inteligência e gerenciamento de dados se torna ferramenta fundamental para construir políticas públicas mais efetivas no campo da segurança.
Informações da Agência Brasília.