A Universidade Federal do Paraná (UFPR) divulgou uma nota nesta segunda-feira (15/9) informando que está investigando o ataque sofrido pela professora Melina Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O assunto será discutido em reunião marcada para a próxima terça-feira (16/9).
“A UFPR está avaliando o incidente com a professora Melina Fachin ocorrido na última sexta-feira (12). O tema será tratado na reunião do Conselho de Planejamento e Administração (COPLAD) da universidade na terça-feira (16)”, conforme informou a nota oficial da universidade.
Ainda não foi informado se haverá processo interno para apuração do caso. A UFPR reforçou que a situação será oficialmente analisada pelo Coplad. Tentativas de contato com a professora não obtiveram retorno até o momento, e a universidade permanece aberta a manifestações.
Detalhes do ocorrido com Melina Fachin
Na sexta-feira passada (12/9), Melina Fachin, que é docente e diretora da Faculdade de Direito da UFPR, foi vítima de ofensas e teve saliva cuspida na sua direção dentro do campus da universidade, em Curitiba. De acordo com o marido dela, o advogado Marcos Gonçalves, um homem branco se aproximou, chamou-a de “lixo comunista” e cuspiu nela.
Em publicação nas redes, Gonçalves classificou a agressão como consequência do “discurso de ódio fomentado pelo extremismo de direita”. “Essa violência é resultado da irresponsabilidade e maldade de quem aderiu a esse discurso critico que tenta eliminar o que é diferente”, afirmou.
Posicionamento da OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou-se repudiando intensamente o ato.
“A democracia exige respeito às liberdades, ao pluralismo e à convivência harmoniosa, principalmente no ambiente acadêmico, que deve ser mantido como espaço para diálogo e produção de conhecimento — e não para violência, intolerância ou censura”, destacou a entidade.
Outros acontecimentos na UFPR
Esse fato acontece alguns dias depois de outro incidente no campus da UFPR. No dia 9 de setembro, um grupo de estudantes bloqueou a entrada do edifício da Faculdade de Direito durante um evento chamado “O STF e a interpretação constitucional”, que contou com a participação do vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e do advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini.
Alguns alunos classificaram essa atividade como contrária aos princípios democráticos.