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quarta-feira, 16/07/2025

União Europeia autoriza Bulgária a entrar na área do Euro em 2026

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Os ministros das Finanças da União Europeia concederam nesta terça-feira (8/7) a aprovação final para que a Bulgária adote o Euro, conforme informou o Conselho. A partir de 1º de janeiro de 2026, este país dos Bálcãs, considerado o mais pobre do bloco, deixará de usar seu lev, moeda nacional, tornando-se o 21º membro da Zona do Euro.

“Este é um momento histórico para a Bulgária”, destacou a ministra das Finanças Temenuzhka Petkova, diretamente de Bruxelas. “Estamos próximo de atingir uma meta essencial para a nossa nação”, ressaltou a representante búlgara.

“Também é um dia significativo para toda a Zona do Euro”, acrescentou o comissário europeu Valdis Dombrovskis, afirmando que a entrada da Bulgária fortalece o grupo.

A votação dos ministros dos 27 Estados-membros foi mera formalidade, já que, no começo de junho, a Comissão Europeia havia confirmado que a Bulgária atendia a todos os critérios para a adoção do Euro, e o Banco Central Europeu (BCE) emitiu parecer semelhante.

Opiniões divergentes na Bulgária

No entanto, dentro da Bulgária, que integra a UE desde 2007, a decisão de abandonar o lev não é consenso. Nas últimas semanas, milhares de cidadãos se manifestaram nas ruas da capital, Sófia, com cartazes dizendo “Não ao Euro”. Parte dos manifestantes acampou diante do Banco Central do país para mostrar sua resistência ao plano.

O temor principal é o possível aumento dos preços com a troca da moeda, o que poderia gerar descontentamento entre os eurocéticos.

Pesquisas recentes indicam que quase metade dos búlgaros consultados é contrária à adesão à Zona do Euro no próximo ano.

Por outro lado, apoiadores veem a adoção do Euro como um passo essencial, fortalecendo o alinhamento geopolítico ocidental da Bulgária e protegendo-a da influência russa.

“Estamos ligados ao Euro há bastante tempo e as consequências políticas estão se intensificando”, declarou Veselin Dimitrov à AFP nesta terça-feira (8) nas ruas de Sófia. O músico de 43 anos acredita que os protestos refletem a influência do Kremlin.

“Entretanto, o Euro não é uma solução mágica para nossos problemas estruturais”, alertou.

A exceção da Dinamarca

A Bulgária buscava adotar o Euro anteriormente, mas a alta inflação e uma crise política grave impediram o processo até agora.

A moeda européia única foi criada em 1º de janeiro de 1999 para operações eletrônicas e se tornou física em 1º de janeiro de 2002, com a circulação de notas e moedas que substituíram as moedas nacionais de 12 países da União Europeia, incluindo Alemanha, França, Itália e Espanha.

Posteriormente, outros oito países passaram a utilizar o Euro: Eslovênia, Chipre, Malta, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia e a Croácia, que aderiu em 2023.

Todos os países da UE assumiram o compromisso de adotar o Euro assim que cumprissem os requisitos necessários, embora não exista um calendário definido para isso. A única exceção é a Dinamarca, que conseguiu uma dispensa permanente depois que a população rejeitou a moeda em um referendo realizado no ano 2000.

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