A liderança do União Brasil recusou a proposta de nomeação de Gustavo Damião para o Ministério do Turismo, sinalizando que o acordo fechado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem apoio somente de um grupo específico dentro do partido. Gustavo, filho do deputado Damião Feliciano (União-PB), foi sugerido ao presidente para substituir Celso Sabino na liderança do ministério.
Antes de concluir as negociações com o governo de Lula, Gustavo buscou o apoio da cúpula do partido e entregou ao presidente da legenda, Antônio Rueda, sua carta de desfiliação, garantindo que não haveria punições por essa iniciativa.
Gustavo Damião fazia parte da executiva estadual do União Brasil na Paraíba como terceiro vice-presidente e foi secretário de Turismo do governo estadual liderado por João Azevedo (PSB). Seu nome foi apresentado pelo pai e seus apoiadores à ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em reunião recente. Na sequência, Lula comunicou a saída de Sabino.
Celso Sabino assumiu o cargo em 2023 com o suporte da bancada do União Brasil, mas o partido acabou rompendo com o governo Lula e ordenou que ele deixasse a função. Sabino resistiu, resultando em sua expulsão da legenda. Atualmente, o governo federal passa por uma nova fase enquanto o Centrão enfrenta desafios diante da competitividade eleitoral prevista para 2026.
A indicação de Gustavo Damião é considerada estratégica, pois atende uma parcela do União Brasil que é alinhada ao presidente Lula e ao mesmo tempo pode contribuir para o avanço em pautas econômicas. Um veterano da legenda, nos bastidores, brinca que a troca no Ministério do Turismo representa uma ala com número oscilante de deputados, evidenciando a instabilidade da bancada frente ao Planalto.
Além disso, a nomeação favorece o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado próximo de Damião. “Tenho uma excelente relação com o deputado Damião Feliciano e acompanho o trabalho de Gustavo, que foi secretário no governo da Paraíba. Se essa for a decisão do presidente, será uma escolha acertada”, afirmou Motta.

