STÉFANIE RIGAMONTI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Na última semana, União Brasil e Progressistas anunciaram uma aliança forte para as próximas eleições, com os líderes dos dois partidos fazendo críticas duras à política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante um evento do grupo empresarial Lide, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (22), Antonio Rueda, líder do União Brasil, atribuiu diretamente ao presidente Lula os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil, mas deixou claro que a intenção da federação não é um ataque pessoal ao presidente.
Ele destacou que o orçamento público não reflete a realidade e foi elaborado com base em uma ‘ficção contábil’. Segundo Rueda, a equipe econômica falta critérios na gestão das contas e tenta aumentar a arrecadação para cobrir o crescimento dos gastos, o que a federação rejeita veementemente, incluindo qualquer aumento de impostos.
“Enquanto o governo não fizer cortes profundos e se organizar, não vamos aceitar essa tentativa de aumentar a carga tributária sobre os empresários brasileiros”, afirmou o líder do União Brasil.
Rueda também defendeu a necessidade de uma reforma administrativa para reduzir o tamanho do setor público.
Além disso, ele relacionou a crise diplomática com os Estados Unidos à falta de ação do presidente Lula, que segundo ele, não ligou para o ex-presidente Donald Trump para tentar evitar a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.
CRÍTICAS DO PP
Logo após, o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, fez severas críticas ao governo, afirmando que o Brasil vive no improviso com uma política fiscal sem responsabilidade que não respeita os limites legais.
Ele alertou que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê superávit, mas especialistas indicam que o país terá déficit de 1% no próximo ano, o que resultará em mais impostos para os contribuintes, dificultando o crescimento do setor produtivo.
Nogueira também criticou a política externa brasileira, acusando o atual assessor internacional de Lula, Celso Amorim, de ser retrógrado, focado em ataques a Israel e aos Estados Unidos, países fundamentais para a economia brasileira.
O senador destacou ainda que, embora a China seja frequentemente mencionada, ela representa apenas 3% dos investimentos no Brasil, e alertou para os problemas causados pela postura do governo na relação com os EUA.
A UNIÃO ENTRE PARTIDOS
A aliança entre União Brasil e Progressistas durará quatro anos e cobrirá as eleições nacionais de 2026 e municipais de 2028, com atuação conjunta em estados e municípios.
Com a soma dos votos para Câmara dos Deputados e assembleias legislativas, a federação pode formar bancadas maiores, tendo assim mais força no Legislativo.
Além disso, a federação terá direito à maior parte do fundo partidário e eleitoral, bem como maior tempo de propaganda na TV e rádio, tornando-se um dos principais protagonistas nas eleições estaduais.