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quarta-feira, 16/07/2025

UnB cria app para ajudar no alívio da dor nas costas

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Um novo aplicativo para celular que ajuda no controle da dor crônica na região lombar, uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil, está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

O projeto é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e liderado pelos professores Rodrigo Luiz Carregaro, Fernanda Pasinato (UnB) e Thomaz Nogueira (UFMS), com participação da doutoranda Maria Augusta de Araújo Mota e outros estudantes de mestrado e iniciação científica.

O aplicativo foi desenvolvido dentro do Edital FAPDF Learning (2023), na área de Tech Learning, e busca criar soluções inovadoras que combinem tecnologia, ciência e viabilidade econômica, visando também contribuir para políticas públicas de saúde.

O app oferece um plano de cuidado individualizado para quem sofre de dor lombar crônica, baseado em uma avaliação inicial feita diretamente na plataforma. Essa avaliação usa um formulário dentro do app para coletar informações clínicas básicas, incluindo perguntas sobre a dor e como ela afeta as atividades do dia a dia.

Com base nessas informações, o aplicativo sugere conteúdos adaptados, como exercícios para mobilidade, controle da dor e fortalecimento muscular, além de educação sobre o tema da dor e práticas para o bem-estar, como mindfulness. O usuário também poderá acompanhar sua evolução por meio de gráficos dentro do app.

“Sabemos, pelo nosso estudo anterior, que usar apenas apps nem sempre traz os melhores resultados. Por isso, criamos um modelo híbrido, onde o aplicativo complementa o atendimento clínico, promovendo autonomia com segurança, com conteúdos baseados em evidências e suporte profissional durante o processo”, explica o professor Rodrigo Luiz Carregaro.

É importante lembrar que o aplicativo não substitui consultas médicas ou sessões de fisioterapia. Seu uso deve ser acompanhado por profissionais, principalmente em casos mais graves.

O objetivo é que o app sirva como um apoio ao tratamento, permitindo que os profissionais de saúde acompanhem seus pacientes também entre as consultas, por meio de dados e conteúdos gerados pelo próprio usuário. Isso amplia o cuidado para além do consultório, promovendo mais segurança e autonomia.

“Queremos que essa ferramenta faça parte do dia a dia do cuidado clínico, ajudando o profissional de saúde e incentivando o paciente a participar mais ativamente do seu tratamento”, acrescenta Carregaro.

Avaliação econômica e impacto social

O projeto também avaliará se o uso do aplicativo é financeiramente viável, considerando seus benefícios clínicos. Essa análise vai ajudar a entender se o app poderia ser usado em larga escala, como no Sistema Único de Saúde (SUS).

A proposta combina dados científicos e estimativas de custo para ajudar na criação de políticas públicas eficazes e sustentáveis, segundo Maria Augusta.

Pesquisa prática com suporte da FAPDF

O atual projeto evoluiu a partir de uma iniciativa criada durante a pandemia, chamada “CONSciênci@”, que promovia educação em saúde e exercícios em casa por meio digital. Esse avanço foi possível graças ao apoio da FAPDF, que também ajudou a modernizar o laboratório do grupo e financiar outros projetos.

Além do app, a equipe colaborou para desenvolver a máscara hospitalar Vesta, criada para combater a covid-19 e que hoje está sendo comercializada. Ambos os projetos foram financiados pela FAPDF, por meio de editais de inovação como o Tech Learning e o Demanda Induzida.

“Editais como o Tech Learning são fundamentais para transformar o conhecimento científico em soluções reais para a sociedade. Eles permitem construir equipes e laboratórios para desenvolver projetos que têm impacto concreto”, destaca o professor Carregaro.

Informações reproduzidas da Agência Brasília.

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