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quinta-feira, 20/11/2025




Um terço das mulheres já sofreu violência física ou sexual, alerta a OMS

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Quase uma a cada três mulheres no planeta já enfrentou violência física ou sexual, seja pelo parceiro ou por outras pessoas, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última quarta-feira (19/11). A OMS destacou que o progresso para combater essa questão tem sido lento nos últimos anos.

Organização Mundial da Saúde declarou que a violência contra as mulheres continua sendo uma crise de direitos humanos persistente, com avanços mínimos nas últimas duas décadas.

Conforme informado, aproximadamente 840 milhões de mulheres — o equivalente a quase uma em cada três — já foram vítimas de violência física ou sexual pelo parceiro ao longo da vida, ou sofreram violência sexual por outras pessoas.

Somente no último ano, 316 milhões de mulheres, que correspondem a 11% das mulheres com 15 anos ou mais, experienciaram violência de um parceiro. A redução da violência doméstica tem sido extremamente lenta, com queda anual média de 0,2% nos últimos 20 anos.

LynnMarie Sardinha, coordenadora de projetos da OMS, comentou que, embora a conscientização esteja aumentando e possa levar a mais denúncias, os números devem permanecer estáveis até que mais mulheres reconheçam e relatem a violência.

O levantamento incluiu, pela primeira vez, estimativas de violência sexual cometida por pessoas que não sejam parceiros, revelando que 263 milhões de mulheres foram vítimas desse tipo de violência fora de relacionamentos desde os 15 anos.

Especialistas destacam que esses números estão subestimados devido a fatores como estigma e medo. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS, ressaltou que nenhuma sociedade pode ser considerada justa e segura enquanto metade de sua população vive sob ameaça de violência. O fim dessa violência é uma questão de direitos humanos, dignidade e igualdade.

O relatório, divulgado antes do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e Meninas, em 25 de novembro, é baseado em dados coletados de 2000 a 2023, abrangendo 168 países. A OMS descreve o cenário como alarmante e aponta a insuficiência dos recursos destinados para o combate à violência contra as mulheres.

O financiamento global para prevenir a violência contra mulheres e meninas tem diminuído, representando apenas 0,2% da ajuda ao desenvolvimento em 2022, com tendência de queda prevista até 2025.

A pesquisa indica que a violência geralmente começa na juventude e os riscos se mantêm ao longo da vida. No último ano, 12,5 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos — cerca de 16% — sofreram agressões físicas e/ou sexuais por parte de parceiros.

Embora presente em todos os lugares, a violência afeta desproporcionalmente mulheres em países menos desenvolvidos, áreas de conflito e regiões vulneráveis às mudanças climáticas.

Avni Amin, chefe da Unidade de Direitos e Igualdade da OMS, destacou que regiões como a Oceania (excluindo Austrália e Nova Zelândia) apresentam taxa de prevalência de violência doméstica no último ano de 38%, superando em muito a média mundial de 11%. Essa taxa é significativamente maior que as observadas na Ásia Meridional (19%) e na África Subsaariana (17%). América Latina, Caribe (7%) e Europa e América do Norte (5%) registram os menores índices.




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