Um estudo recente realizado pelo jornal Washington Post em colaboração com a ONG KFF entrevistou mais de 2.500 pais, revelando um aumento na desconfiança quanto à vacinação desde o início da pandemia de Covid-19.
Enquanto Robert Kennedy Jr., atual ministro da Saúde no governo de Donald Trump e conhecido por sua postura crítica em relação às vacinas, promove mudanças significativas na política de imunização nacional, a maioria dos pais apoia as exigências vacinais vigentes.
No entanto, uma parcela menor dos pais começa a questionar essas medidas. Estes optam por não vacinar ou adiar vacinas obrigatórias ou recomendadas, como as contra sarampo, tétano e poliomielite, devido ao receio de efeitos colaterais e falta de confiança nas autoridades de saúde.
Nos Estados Unidos, vacinas como a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) são necessárias para que as crianças possam frequentar a escola. Contudo, em muitos estados, os pais podem solicitar isenção com base em motivos religiosos ou outras justificativas não médicas.
A análise do perfil desses pais mostra que tendem a ser brancos, conservadores, com forte ligação religiosa e, em alguns casos, adeptos do ensino domiciliar. Esses fatores explicam a queda nas taxas de vacinação observada desde a pandemia. A cobertura vacinal contra o sarampo entre crianças em idade escolar caiu de 95% em 2019 para 92,5% em 2024, com variações significativas entre os estados. Em Idaho, por exemplo, a cobertura está abaixo de 80%, distante dos 95% recomendados para a imunidade coletiva.
Especialistas alertam que essa situação pode piorar devido à influência de Robert Kennedy Jr., que questiona a segurança das vacinas e divulga informações incorretas sobre o assunto.
Como consequência da redução na vacinação, os Estados Unidos enfrentaram em 2025 o maior surto de sarampo dos últimos 30 anos, resultando em três mortes, incluindo duas crianças.