MATHEUS DOS SANTOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Investir em planos de previdência do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) até o final deste mês pode permitir uma dedução de até 12% na base de cálculo do Imposto de Renda (IR). Isso pode ajudar a aumentar a restituição ou reduzir o imposto a pagar, dependendo da renda do contribuinte.
Embora o prazo oficial para usar esse benefício fiscal no IR 2026 termine no último dia do mês, é aconselhável fazer o investimento alguns dias úteis antes do dia 31 de dezembro, pois neste dia não há expediente bancário nem compensação.
De acordo com Rogério Mauad, professor de finanças do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), é importante planejar com cuidado porque o pagamento do fundo de previdência pode levar alguns dias para ser efetivado.
O PGBL oferece benefício tributário e geralmente não rende muito; muitos investidores usam produtos como Tesouro Selic e CDB durante o ano e só fazem o aporte no PGBL em novembro para aproveitar o benefício, explica Mauad.
Prazos para investir em PGBL e deduzir o IR
Segundo a XP Seguros, a solicitação deve ser feita até 29 de dezembro, e o dinheiro precisa estar disponível na conta até as 11h do dia 30 para o débito.
Expediente bancário no fim do ano pode afetar o investimento
Os bancos seguem o calendário da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) no fim do ano, enquanto as seguradoras possuem flexibilidade de horário. Nos dias 26, 29 e 30 de dezembro, os bancos operam normalmente, mas a compensação pode demorar, então alguns recomendam antecipar o aporte para 26 ou 29 de dezembro. No último dia útil, 31, os bancos não funcionam para atendimento ao público nem para compensação.
Como funciona o benefício fiscal
Um contribuinte com renda anual tributável de R$ 100 mil que aplique R$ 12 mil no PGBL pode pagar IR sobre R$ 88 mil, com a dedução de 12%. Dados da Susep mostram que os aportes em PGBL crescem cerca de 200% em dezembro comparado a novembro, evidenciando a busca pelo benefício.
Kaciane Maciel, superintendente de captação e investimentos da Unicred, explica que o PGBL é focado em dedução fiscal, diferente do VGBL que é mais parecido com investimento financeiro ou seguro de vida resgatável. A manutenção do PGBL por mais de dez anos permite usufruir da dedução e pagar menos IR no resgate.
Mauad comenta que a dedução do IR no PGBL adia o pagamento do imposto, que incidirá sobre o total aplicado no momento do resgate. No VGBL, o IR incide apenas sobre o rendimento.
Quem se beneficia da dedução
A dedução é vantajosa para quem faz a declaração completa do IR, que permite incluir várias deduções legais. No modelo simplificado, há uma dedução automática de 20%, o que pode não compensar o PGBL.
A estratégia é indicada para quem quer investir a longo prazo, como para aposentadoria, e a portabilidade entre planos da mesma modalidade é possível.
Mauad reforça que a previdência é benéfica para quem planeja manter o investimento por cerca de dez anos, alertando para evitar resgates precoces.
Kaciane lembra que mesmo quem ainda não tem reserva de emergência pode começar a previdência, mas deve evitar resgates em curto prazo e diversificar investimentos.
Ao sacar os recursos, o investidor pode escolher entre tabela regressiva e progressiva para o IR, dependendo do momento e valor do saque. Desde janeiro de 2024, essa escolha é feita no momento do resgate ou recebimento do benefício.
Prazos recomendados por instituições financeiras
- Brasilprev: investir até 31 de dezembro, mas recomendam aporte até 26 para evitar problemas com compensação;
- Itaú: aporte ideal até 26 de dezembro;
- Bradesco: investimento até 30 de dezembro;
- Caixa: aportes até o último dia útil (31), desde que dentro do horário bancário;
- BTG Pactual: investimento até meio-dia do dia 30;
- SulAmérica: aporte até 29 de dezembro.
