O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (17) que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia terá sua última oportunidade de ser fechado neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR), durante a Cúpula de Líderes do Mercosul.
“Se não fecharem agora, o Brasil não vai tentar mais enquanto eu for presidente”, declarou Lula na reunião ministerial realizada na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília.
O presidente está confiante de que o acordo será aprovado.
“Se disserem não, vamos agir com firmeza daqui para frente. Já fizemos todas as concessões possíveis”, acrescentou Lula.
Ele explicou que a data da reunião foi alterada para 20 de dezembro a pedido da União Europeia e mencionou as dificuldades para aprovar o acordo devido à pressão interna em países como França e Itália.
As negociações entre Mercosul e União Europeia foram concluídas em dezembro do ano passado, após cerca de 25 anos de conversas. Agora, os parlamentos dos países envolvidos precisam aprovar o texto, mas há resistências, especialmente da França, em relação às regras sobre produção agrícola.
Tensão na Venezuela
No mesmo encontro ministerial, Lula expressou preocupação com o aumento das tensões entre Estados Unidos e Venezuela.
“Estou preocupado com as ações do presidente Donald Trump na América Latina. Precisamos ficar atentos a essa situação”.
Lula reforçou a importância do Brasil e do continente adotarem uma política de paz e destacou que o país não convive com guerra há 200 anos. Ele também mencionou ter conversado com Trump sobre a possibilidade de facilitar o diálogo entre Trump e Maduro, ressaltando a necessidade de disposição e paciência para o diálogo.
Avanço na qualidade das políticas públicas
Internamente, Lula defendeu a necessidade de melhorar a qualidade das políticas públicas.
“Estou no governo e tenho o compromisso de ser honesto com o povo e mostrar claramente o que foi feito. Quando falamos do Bolsa Família, não é mais um programa nosso, e sim do Brasil”.
Para o presidente, o país está em uma situação favorável, embora isso não seja refletido plenamente nas pesquisas por causa da polarização política. Lula também destacou que a equipe precisa definir claramente o discurso para as eleições do próximo ano.

