Líderes da União Europeia reforçaram nesta terça-feira (12/8) que o povo ucraniano precisa ter autonomia para definir seu futuro, poucos dias antes do encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega russo, Vladimir Putin, para tratar do conflito.
“Os líderes da União Europeia valorizam os esforços do presidente Trump para encerrar a agressão da Rússia na Ucrânia e alcançar uma paz justa e duradoura para o país”, afirmaram em comunicado.
Além disso, declararam estar preparados para apoiar diplomaticamente o presidente americano, oferecendo também suporte militar e financeiro a Kiev. Reafirmaram a necessidade de garantir uma segurança sólida e confiável para a Ucrânia e confirmaram o comprometimento europeu com o apoio incondicional ao país.
Os dirigentes europeus enfatizaram que o caminho para a paz não pode avançar sem a participação direta de Kiev e que apenas negociações significativas podem ocorrer em um contexto de cessar-fogo ou redução do conflito.
A atual linha de contato entre Rússia e Ucrânia deveria servir apenas como ponto inicial para as conversas de paz.
O comunicado da UE foi divulgado após uma declaração semelhante assinada por líderes de sete países europeus e do Reino Unido, publicada em Londres.
Hungria não endossa declaração
Todos os países membros da UE apoiaram a declaração, exceto a Hungria, cujo governo nacionalista de Viktor Orbán se opõe à assistência militar da UE à Ucrânia, alegando que ela prolonga o conflito. Orbán criticou as sanções contra a Rússia por serem ineficazes e prejudiciais para a economia europeia.
Durante a presidência húngara da UE no segundo semestre de 2024, Orbán gerou desconforto ao visitar Putin em Moscou e se apresentar como mediador entre as partes.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e líderes europeus deverão se reunir com Trump por videoconferência, em um encontro marcado pelo chanceler alemão Friedrich Merz.
Há preocupações entre europeus e ucranianos de que Putin possa conseguir concessões sem a presença deles, influenciando os termos de um possível acordo de paz.
Expectativas para a reunião
Na segunda-feira (11/8), na Casa Branca, Trump não confirmou sua participação na videoconferência com os europeus e afirmou esperar conversas produtivas com Putin no encontro no Alasca, quando quer ouvir as propostas do líder russo para o fim do conflito na Ucrânia.
O presidente americano mencionou que um possível acordo de paz envolvia troca de territórios, algo rejeitado por Zelenski. A Rússia mantém controle instável sobre quatro regiões ucranianas, duas ao leste e duas ao sul.
Trump demonstrou desapontamento com Zelenski, afirmando estar um pouco contrariado pelos comentários do presidente ucraniano sobre o encontro no Alasca e destacando que, apesar de Zelenski estar no poder durante toda a guerra, nenhuma mudança significativa ocorreu nesse período.